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Gestores do IBGE entregam cargos em protesto contra mudanças e cortes no Censo

Cinco gestores e gerentes pedem afastamento após decisões unilaterais que ignoram critérios técnicos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Os gestores criticam as mudanças e cortes no Censo 2020 feitas pela gestão de Susana Cordeiro Guerra, presidente do instituto
Os gestores criticam as mudanças e cortes no Censo 2020 feitas pela gestão de Susana Cordeiro Guerra, presidente do instituto - Agência Brasil

Nesta semana, cinco gestores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entregaram seus cargos por discordarem das mudanças feitas no Censo 2020.

O Censo é um estudo estatístico responsável por mapear a população brasileira e seus marcadores sociais, publicado de dez em dez anos. O levantamento das informações é feito a partir de visitas aos cerca de 70 milhões de domicílios brasileiros e a partir das respostas de milhões de questionários aplicados por trabalhadores do IBGE.  

Os gestores criticam as mudanças e cortes feitas pela gestão de Susana Cordeiro Guerra, presidente do instituto. Na quinta-feira (6), quatro coordenadores e gerentes — Leila Ervatti, de População e Indicadores Sociais e a diretora de Demografia; Marcos Paulo Soares, responsável pela definição da amostra nas pesquisas realizadas pelo IBGE;  Bárbara Cobo, População e Indicadores Sociais; e Andrea Bastos, assessora da Diretoria de Pesquisas — entregaram seus cargos.

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"É notório que o processo de discussão acerca da definição dos questionários censitários não alcançou os objetivos desejados por todos os técnicos da Instituição", diz a carta, divulgada pelos gestores. Eles também criticam a direção do IBGE por "ignorar a estrutura formal de condução da maior operação estatística da América Latina".

“Desde que ela (Susana) assumiu, viemos num embate porque já tínhamos um trabalho de três anos de discussão com o corpo técnico para elaboração do Censo, e nossas propostas foram ignoradas. Eu como diretora de Demografia não posso me responsabilizar por um questionário que não contém perguntas que podem ter impactos nas projeções populacionais e consequentemente na distribuição do Fundo de Participação dos Municípios. Posso sofrer processos judiciais por isso”, disse Leila Ervatti, segundo reportagem d’O Globo.

O novo presidente Eduardo Rios Neto, empossado após a presidenta demitir Claudio Crespo, não consultou o corpo técnico para definir o número de questões do Censo, menor do que das outras edições.

Segundo o Núcleo Sindical dos técnicos, as ausências "trazem sérios prejuízos à produção de um conjunto de indicadores. Em especial, os cortes prejudicam as projeções e estimativas populacionais, impossibilitam a aferição do déficit habitacional por município e dificultam estudos de pobreza e desigualdade de renda".

*Com informações d’O Globo.

Edição: Brasil de Fato