O Ministério da Agricultura liberou a comercialização de 31 novos agrotóxicos nesta quarta-feira (10). Entre eles, 16 foram considerados altamente tóxicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em audiência audiência pública na Câmara dos Deputados, na terça-feira (09), a ministra da Agricultura Tereza Cristina defendeu a autorização concedida pelo ministério para comercializar 86 novos defensivos agrícolas -- em pouco mais de três meses do governo Jairo Bolsonaro (PSL)--, incluindo o glifosato, considerado cancerígeno.
Na ocasião, Cristina negou que esteja ocorrendo liberação geral de agrotóxicos e disse que a demora para aprovar novos produtos "atrasam o agronegócio". Segundo a ministra a morosidade teria levado a um crescimento no uso de produtos contrabandeados. O registro dos defensivos é responsabilidade do próprio ministério, depois que órgãos como a própria Anvisa e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) realizam pareceres. O processo pode durar até 5 anos.
O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também comentou o assunto nesta quarta-feira.“O defensivo agrícola no Brasil tem um processo de análise demorado e, lógico, ineficiente. Isso faz com que aqui sejam aprovados, depois de seis ou sete anos do pedido, produtos que no exterior já estão superados, e nós achando que a postergação da análise é medida defensiva, não é. A análise tem de ser feita rápida, clara, técnica, e é preciso dar uma resposta se pode ou não pode, e por que não pode”, declarou o ministro.
Instituições de pesquisas como FioCruz, Abrasco e Inca já apontaram a correlação entre agrotóxicos e doenças como câncer, depressão, suicídio, má formação de fetos e mal de parkinson.
Edição: Aline Carrijo