Mobilização

Em assembleia, municipários de Porto Alegre decidem entrar em greve dia 26

Eles lutam pelo pagamento do 13º salário e contra um projeto de lei que acabaria com o plano de carreira

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Ato dos municipários em frente à Prefeitura, em agosto de 2018
Ato dos municipários em frente à Prefeitura, em agosto de 2018 - Joana Berwanger/Sul21

Na terça-feira (26), os serviços de água, esgoto, saúde, educação, além de operações administrativas na cidade de Porto Alegre deverão parar. A partir das 7 horas da manhã, os municipários da capital entrarão em greve. São, no total, 14.800 servidores na ativa – além de 15 mil já aposentados. “Estamos buscando a maior paralisação da história da categoria”, afirma Jonas Tarcísio Reis, membro da direção do Sindicatos dos Municipários de Porto Alegre (Simpa).

Em assembleia realizada na manhã da sexta-feira (22), a categoria decidiu, por unanimidade, que a greve-geral é o melhor caminho para pressionar a gestão do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB). “Nossa luta é contra o parcelamento do 13º salário, pela data-base de 2017 e 2018 – que ainda não foi paga -, por diálogo e resposta aos pedidos de reuniões e contra o PLCE 02/19 – que congela salários e destrói o plano de carreira”, resume Reis.

O PLCE 02/19 tramita na Câmara dos Vereadores de Porto Alegre desde a quinta-feira (14), aguardando possível votação, em caráter de urgência, na quarta-feira (27). Similar ao PLCE 08/18, que foi rejeitado pelos vereadores no ano passado, o novo projeto extingue a progressividade do percentual de regimes, assim como os adicionais por tempo de serviço. Além disso, ela altera os avanços de salário de 5% a cada cinco anos para 3% a cada três anos e muda as regras das Funções Gratificadas (FGs). A principal mudança, no entanto, é a mudança de incidência de reajustes sobre a base do salário e não mais sobre os adicionais. Segundo o Simpa, isso achataria os vencimentos que já não são repostos de acordo com a inflação há dois anos.

“Essa é uma reedição piorada do PLCE 08/18. Por isso, realizaremos a mobilização total nos locais de trabalho com amplo alerta para a categoria”, define Reis. Em 2018, a categoria realizou a maior greve de sua história, durando 42 dias e culminando na ocupação do prédio da Prefeitura.

Edição: Sul 21