No dia 7 de setembro é celebrado a independência do Brasil. A data é ressignificada por movimentos populares, comitês religiosos e sindicatos que promovem o Grito dos Excluídos. Organizadas desde 1995, as mobilizações acontecem em todo o país e denunciam a estrutura excludente da sociedade e do sistema neoliberal.
Em sua 24ª edição, o Grito dos Excluídos traz como tema “Vida em primeiro lugar”, e como lema “Desigualdade gera violência: basta de privilégios”. Na cidade de São Paulo já estão confirmados dois atos com concentração a partir das 9h. Um deles acontece na Praça da Sé, na região central da cidade, o outro inicia na Praça Oswaldo Cruz e finaliza no Parque Ibirapuera.
Neste ano, o Grito dos Excluídos terá três eixos centrais: desigualdade, violência e privilégios. Serão abordados temas como democratização dos meios de comunicação, participação política e destruição do meio ambiente.
Karina da Silva Pereira, integrante da Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos, explica que a mobilização surgiu como contraponto aos desfiles oficiais. "Vemos a polícia, o exército, desfilando [no 7 de setembro]. E por que não a população tomar as ruas e levar suas bandeiras e fazer suas reivindicações para o poder público?", questiona.
Ela também ressalta que o Grito dos Excluídos é uma construção coletiva ao longo de todo o ano. "Acho que a riqueza é essa: as pessoas se sentirem parte disso e podem ir para a rua confrontar suas autoridades locais, reivindicar o que a população precisa. E não termina no ato em si, o Grito dos Excluídos é um processo. Em boa parte dos lugares, preparam o ano todo e é uma articulação que se junta para fazer diversas manifestações durante o ano", avalia.
Além da cidade de São Paulo, as manifestações do Grito dos Excluídos acontecem em diversos outros municípios de todas as regiões do país. Apenas no estado de São Paulo estão previstos atos em Guarulhos, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Jundiaí e Aparecida.
Edição: Katarine Flor