Lulis Girotto, de 54 anos, reivindica com orgulho o título de cachaceiro.
Mas ele explica: “Cachaceiro é o que fabrica a cachaça. Só que eu faço os dois. Sou cachaceiro e consumidor”, brinca.
Há 16 anos ele produz a cachaça Terra Viva, produto do assentamento 1º de Maio, no município catarinense de Curitibanos -- o ‘esconderijo’, como ele mesmo diz, onde se produz a iguaria. “É um produto bom, produzido com carinho, e para fazer bem, trazer alegria. Não é para abusar da brincadeira”, adverte.
“O diferencial da minha cachaça é que ela é feita a partir de uma produção orgânica da cana. E ela passa por um processo de envelhecimento. Só vendo a partir de um ano de barril de carvalho. Essa que está na feira tem dois anos de barril”.
Outro que diz ser um cachaceiro de excelência é Fábio Nunes, morador do Assentamento Ho Chi Minh, no município mineiro de Nova União. “Cachaceiro é o que fabrica a pinga. No processo de ‘alambicagem’ tem todo um rito, de sentir o cheiro, de tomar também, experimentar pra fornecer ao cliente um produto de qualidade”, explica.
Fábio levou à 3ª Feira Nacional da Reforma Agrária sete tipos de cachaça. “Tem pra todos os gostos”, afirma. “O diferencial dela é que é uma cachaça artesanal, de qualidade”. Segundo ele, o assentamento iniciou a produção da cachaça há 10 anos, beneficiando 38 famílias, moradoras do Assentamento Ho Chi Minh.
Lulis e Fábio são dois entre os mais de 900 produtores e produtoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que participam da feira que começou na última quinta-feira (3) e termina hoje (6), no Parque da Água Branca, em São Paulo, capital. As atividades acontecem das 8h às 20h e a entrada é gratuita.
Edição: Diego Sartorato