Mais de 500 Comitês Populares em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser candidato à Presidência da República foram lançados neste sábado (13), em várias regiões do país.
A ação marca o início da jornada de mobilizações contra a condenação do ex-presidente em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4º Região, no processo relacionado ao “Triplex do Guarujá”.
“Nós tiramos um dia nacional de mobilização e luta em todo o Brasil para chamar atenção do mundo, da nossa militância, dos movimentos de esquerda que nós precisamos fazer a resistência. Porque o que vai acontecer aqui no dia 24, se não for uma sentença que absolva o Lula, é algo contra a democracia, contra o estado democrático de direito”, ressalta a senadora Gleisi Hofmann, presidente do Partido dos Trabalhadores.
Ela participou de uma aula pública nos Arcos da Redenção, em Porto Alegre (RS), onde vai acontecer o julgamento do ex-presidente. A senadora defendeu que independente do resultado da sessão no dia 24 de janeiro, Lula será registrado como candidato à Presidência pelo PT.
“Se eles condenarem [o Lula] é nada para nós do ponto de vista político e eleitoral e nós vamos registrar [a candidatura]. Aí é que podem embargar dizendo que Lula foi condenado pelo TRF-4. Só que nós também temos mecanismos jurídicos e vamos pelear na Justiça, não vamos ficar mansos. Nós vamos terminar de discutir esse processo do ponto de vista da justiça eleitoral na segunda quinzena de setembro. Até lá, Lula já fez campanha, usou o horário de rádio e televisão e já criou uma comoção pública”, diz.
Em São Paulo, o lançamento do Comitê ocorreu na sede do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores. Durante a atividade, a fachada do prédio, localizado no centro da cidade, foi grafitada pelo artista Toddy, que pintou o rosto de Frida Kalo, Paulo Freire e Chico Mendes como símbolos de resistência.
Durante o evento, a ex-ministra de Políticas para as Mulheres Eleonora Menecucci destacou a importância dos Comitês para organizar e dar voz a população na defesa da democracia.
“O Lula tem mais de 47% da preferência dos votos, onde estão essas pessoas? Elas não aparecem porque são pessoas anônimas, do povo e é por isso que esses comitês têm razão de ser. Tem um sentido político muito grande, porque toda essa população que vota no Lula precisa de um espaço político para discutir. E nós estamos organizando, nós estamos organizadas e vamos em massa para Porto Alegre”, defende.
Em Fortaleza, no Ceará, o Bloco “Tô com Lula” ocupou as ruas em defesa da candidatura do ex-presidente. Também teve marchinha nas ruas de Olinda, em Pernambuco, com o Bloco Sapo Barbudo.
Em Maringá, no Paraná o lançamento do Comitê em Defesa de Lula contou com a presença de lideranças do Psol, PCdoB, além de centrais sindicais como a CUT e vereadores. Na plateia, cerca de 500 pessoas participaram do ato.
Já no Rio de Janeiro, o vereador pelo PT, Reimont Luiz, participou da entrega de panfletos à população e destacou o apoio dos que passaram pela Praça Sáenz Peña, na Tijuca.
“Mais de 2 mil panfletos que distribuímos, nós podemos dizer que a reação contrária ao nosso movimento foi muito pequena. A maioria das pessoas está compreendendo que nós temos que defender a democracia e isso significa desenvolver um processo político que discute a retomada de direitos do povo brasileiro”, destacou.
Atos também foram registrados em outras regiões do país como Roraima, Mato Grosso, Santa Catarina, Sergipe e Paraíba. No dia 16 de janeiro um novo ato está marcado em São Paulo. Já no dia 18, a mobilização deve acontecer no Rio de Janeiro. Em ambas as datas é esperado a presença de intelectuais, artistas e cientistas.
Edição: Simone Freire