Democracia

PT de São Paulo lança Comitê em defesa da democracia e do ex-presidente Lula

Objetivo é estabelecer diálogo com as bases do partido e com a sociedade sobre a importância da retomada dos direitos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Dirigentes do Partido dos Trabalhadores e artistas lançam Comitê em apoio ao ex-presidente Lula
Dirigentes do Partido dos Trabalhadores e artistas lançam Comitê em apoio ao ex-presidente Lula - José Eduardo Bernardes/ Brasil de Fato

O Partido dos Trabalhadores lançou na manhã deste sábado (13), na sede do seu diretório municipal, na região central de São Paulo, o “Comitê Popular em Defesa da Democracia e de Lula”. O objetivo é estabelecer um diálogo com as bases do partido e também com a sociedade, sobre a importância da retomada dos direitos da população e da garantia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa se candidatar nas eleições de 2018.

O lançamento do Comitê é o pontapé inicial de uma série de atividades programadas pelo PT, que se estenderão até o julgamento do ex-presidente no próximo dia 24 de janeiro, na cidade de Porto Alegre, pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4), na ação relativa ao caso do “Triplex do Guarujá”.

Lula foi condenado pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato, e recorreu ao Tribunal Federal, que julgará o recurso impetrado pela defesa do ex-presidente. O julgamento, no entanto, acontece em tempo recorde. O recurso começou a tramitar no dia 23 de agosto, 42 dias depois da condenação de Moro. O caso de Lula passou à frente de outras sete ações da Lava Jato, cujos recursos haviam chegado anteriormente ao Tribunal.

A vereadora do Partido dos Trabalhadores pela cidade de São Paulo, Juliana Cardoso, destaca que o Comitê permitirá que o PT leve à população tudo o que envolve o processo do ex-presidente Lula.

"Começa aqui no Diretório Municipal, mas a ideia é que daqui a gente saia para os bairros, para todas as comunidades, aonde tenha nossa militância do PT, mas ampliando, aonde tenha associações, os partidos, aonde tem organização popular, que a gente possa ir nesses locais e dialogar e colocar em pauta aquilo que está acontecendo para o próximo dia 24".

Rui Falcão, ex-presidente da legenda, também acredita que essa é uma oportunidade de mostrar para o povo que a disputa política não se dá apenas durante o período eleitoral.

"A política tem que ser permanente, ligada aos movimentos sociais, ligada à comunidade. Então essa ideia dos comitês, significa a gente fazer a batalha política e não só eleitoral, daqui para frente. Nós temos que construir uma outra sociedade, que é uma sociedade não capitalista, uma sociedade em que a exploração, o preconceito, o machismo, a homofobia, têm que ser erradicados". 

A condenação do ex-presidente Lula sem provas, afirma a Eleonora Menicucci, ex-ministra de Política para as Mulheres do governo da presidenta Dilma Rousseff, “é rasgar pela terceira vez a Constituição brasileira”.

"Rasgaram com o impeachment, rasgaram com o assassinato da CLT e agora rasgarão se o Lula for condenado. Isso é muito grave. É grave para a democracia brasileira, é grave para toda a população trabalhadora no nosso país. E é grave para a democracia da América Latina. O Lula representa a democracia e, no Brasil, não existe democracia sem o Lula. Uma eleição de 2018 sem o nome do presidente Lula, é absolutamente fraude".

Além de São Paulo, diversas capitais pelo país organizam atos em defesa da democracia e do direito do ex-presidente de disputar as eleições. As mobilizações são organizadas pela Frente Brasil Popular, entidade que reúne movimentos populares, partidos políticos e centrais sindicais. 

Na programação dos próximos dias, artistas se reúnem com o ex-presidente Lula em São Paulo, no dia 18 de janeiro, na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, no centro da cidade.

Edição: Mauro Ramos