Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, cada vez mais a juventude negra e da periferia têm ganhado espaço. É o que garantem diferentes grupos locais ligados ao funk ou à cultura hip hop.
“Têm acontecido muitas batalhas de rimas na cidade, além de um número crescente de grupos da periferia, ligados à dança, DJ’s, MC’s e produtores. Todos unidos em prol da cultura hip hop”, afirma Maxwel, o MC Negão, que faz parte do grupo Relato Periférico e da Eternamente Produções, que organizou no último ano diversos eventos no centro da cidade.
No bairro Morumbi, acontece desde agosto, a Batalha da ZL (Zona Leste). Já no bairro Planalto, a Batalha da Z.O. (Zona Oeste) é promovida pelo grupo Treze Clan desde 2015 e se tornou tradicional para parte da juventude uberlandense.
Há ainda diversidade entre os grupos que compõem a cena hip hop da cidade. “O rap é uma forma que temos para protestar e passar uma mensagem de mudança para a juventude. Queremos mostrar como a classe pobre, da favela, enxerga a realidade”, afirma Matheus Fillipe, o MC Colt, do grupo de rap gospel Colhedores de Alma.
Formado apenas por cantoras, o coletivo DMG – DasMinasGerais Hip Hop em uma de suas músicas, chamada “Respeita as minas”, questiona o machismo presente na sociedade e destaca a luta das mulheres por respeito e direitos. “A DMG não é um simples grupo de mulheres que querem mostrar o corpo bonito ou chamar a atenção dos caras”, destaca Andrea Félix, que é uma das integrantes. O grupo, composto por mulheres com idades entre 17 e 65 anos, procura passar ainda uma mensagem de alegria e superação dos problemas da vida e sociais.
No bairro Dom Almir, nos finais de semana, é o funk que movimenta a juventude. O bairro é o principal polo funkeiro de Uberlândia e milhares de jovens participam dos bailes que acontecem em casas noturnas. Para além de diversão, o funk é coisa séria para muitos desses jovens. É o que garante Johny Magalhães, o DJ Mago SR, da DJ Produções. O grupo, com sede no bairro Esperança, possui uma gravadora e atua em diversos eventos. “Eu estou no funk pela função social. Podemos ajudar um moleque que vem da quebrada e mudar a vida dele pra melhor. Esse é o propósito da minha produtora”, destaca Johny.
Edição: Larissa Costa