Na noite desta quarta-feira (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou no centro da capital paranaense, em Curitiba, depois de prestar depoimento por quase três horas ao juiz Sérgio Moro, ao ser acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela operação Lava Jato.
Logo no início de sua fala, Lula disse para as mais de sete mil pessoas presentes na Praça Generoso Marques para não se preocuparem com a investigação em curso, já que irá a “Curitiba prestar quantos depoimentos forem necessários" e ressaltou que "a verdade vai deter a mentira”.
Lula disse que respeita o Poder Judiciário brasileiro, mas pede que as instituições, juízes e promotores envolvidos no processo tenham a dignidade de ir “à mesma televisão na qual me acusam, para pedir desculpa", caso não consigam provar sua condenação.
"Eu tenho consciência do motivo dos ataques, das mentiras. Mas, ao invés de ficar nervoso, eu fico orgulhoso, porque depois de mais de dois anos investigando minha vida, gravando meus telefonemas, invadindo minha casa, ainda não encontraram uma única prova", reforçou o ex-presidente.
Lula também destacou diversos feitos de seu governo, como os programas sociais, o desenvolvimento da Petrobras e o protagonismo do Brasil no cenário mundial, que fez com que os brasileiros “perdessem o complexo de vira-latas". "Mas cometi um erro imperdoável para a elite: fiz com que durante 12 anos o salário mínimo aumentasse 84%”, disse.
Ao final de seu discurso, Lula disse que prefere “a morte do que passar para a história como um mentiroso" e alfinetou os procuradores da operação Lava Jato, ao dizer que eles procuraram a pessoa errada para lutar. “Vou lutar até os últimos dias da minha vida. Quem tem uma turma de companheiros como eu tenho, não tem o que temer. O Lula incomoda muita gente, mas milhões de Lulas incomodam muito mais, e vão transformar esse país".
Edição: Vanessa Martina Silva