O juiz de primeira instância Sergio Moro, que coordena as investigações da operação Lava Jato em Curitiba, condenou na última quarta-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá, no litoral sul de São Paulo.
Para debater a condenação do ex-presidente, o repórter Rafael Tatemoto conversou com Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para o dirigente, essa “é uma condenação política, que não se justifica do ponto de vista jurídico". "Há um interesse político em tornar o presidente inelegível no próximo período”, explica Mauro.
Confira a entrevista:
Como o MST recebe essa notícia de que o Lula foi condenado pelo Sérgio Moro?
Primeiro, é uma condenação política, que não se justifica do ponto de vista jurídico. Nesta e em tantas outras ocasiões na sociedade brasileira, condena-se politicamente. Há um interesse político em tornar o presidente inelegível no próximo período.
Então é grave, mas esse é o poder judiciário brasileiro. Um poder extremamente parcial e que mostra sua cara nessa condenação.
Nós, como toda a sociedade, temos que enfrentar. Uma condenação ao Lula é uma condenação à toda a militância de esquerda no nosso país.
É tarefa da esquerda brasileira denunciar essa condenação e lutar pela reversão dessa condenação do Lula?
Mais que lutar pela reversão dessa condenação, é uma luta contra esse estado de excessão que se instaurou no nosso país, que privilegia uma quadrilha que está instalada no Palácio do Planalto, votando medidas extremamente reacionárias, contrárias à população.
E é um momento de chamar toda a militância, a esquerda de forma geral e os setores progressistas, à luta contra tudo isso que vem ocorrendo no nosso país. É um momento de ir às ruas, é um momento de protesto, é um momento de dizer à população, de esclarecer à população, o que realmente está ocorrendo no Brasil e qual é o lado que o poder judiciário tem, que é o lado fascista, que defende evidentemente os setores dominantes no Brasil.
Edição: Vivian Fernandes