Lava Jato

Avenida Paulista é palco de manifestação contra a condenação do ex-presidente Lula

Outras capitais como Brasília e Salvador também registraram mobilizações

São Paulo |

Ouça o áudio:

O ato foi organizado pelas redes sociais
O ato foi organizado pelas redes sociais - Rute Pina

Movimentos populares repudiaram a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e realizaram manifestações  em diversas cidades do país. Sem provas, Lula foi condenado pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão, nesta quarta-feira. 

Alexandre Conceição, da direção do MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra afirma que a condenação do Lula já era esperada, devido a perseguição política contra o ex-presidente. Na avaliação dele, a sentença de Moro consolida o golpe.

“Ele não condenou o Lula, condenou um projeto político, condenou a classe trabalhadora que no governo Lula teve pleno emprego, Minha Casa, Minha Vida, mais desenvolvimento econômico, teve aposentadoria. E agora eles estão acabam com a lei trabalhista, com o emprego. E esse condenação é pra condenar ainda os trabalhadores e dar consolidação ao golpe. Lula é da classe trabalhadora e nós defenderemos ele em todas as instâncias, em todas as ruas.” 

Em São Paulo, manifestantes ocuparam as faixas da Avenida Paulista, em frente ao MASP, sentido Consolação.

A aposentada Sandra de Jesus Santos disse que fez questão de participar do protesto. Para ela a sentença que condenou o ex-presidente sem provas é mais um retrocesso  que ficará como legado para as próximas gerações. 

“Estou aqui hoje em nome dos meus filhos, dos jovens de hoje. O que tá acontecendo no Brasil com 62 anos eu não tinha visto ainda e não tinha ouvido falar. A coisa está escancarada, eles não estão preocupando em esconder de nós, é um insulto. A cada dia é um balde de água fria, ontem foi a aprovação do fim da CLT e hoje a condenação do Lula. 

Para Mariana Dias, presidenta da Une, a União Nacional dos Estudantes a condenação do ex-presidente demonstra o empenho do setor judiciário brasileiro em destruir a democracia. Ela afirma que a entidade estudantil não pode ser conivente com algo tão grave. 

“Assassinaram a política, ridicularizaram a política. Se utilizam de uma debate tão grave como o combate à corrupção para fazê-lo de uma forma seletiva, de uma forma que não atinge todos os políticos brasileiros. E por isso nós nos solidarizamos ao ex-presidente Lula, por entender o que a figura dele representa para o Brasil. Mas sobretudo porque a Une não seria conivente com a condenação de qualquer cidadão brasileiro sem provas”

A sentença é relacionada ao caso do triplex do Guarujá e ainda cabe recurso em segunda instância no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Somente após a decisão o órgão, Lula estaria inabilitado para disputar as eleições presidenciais de 2018, por conta da chamada Lei da Ficha Limpa.
 

Edição: Anelize Moreira