Moradores de comunidades, representantes sindicais e integrantes de movimentos de favelas participaram de um almoço de dia das mães nas areais da Praia de Copacabana na Zona Sul da cidade.
A escolha do local foi feita pelos próprios moradores das comunidades, que protestam pelo fato de terem que ir até uma praia do Rio para poder celebrar o dia das mães em um local mais seguro.
A educadora física Graciara da Silva, moradora da Favela da Varginha em Manguinhos, na Zona Norte, explica as razões que levaram o grupo a tomar esta decisão:
"É um ato simbólico, da gente estar se fortalecendo para também reivindicar um direito de ir e vir, porque a gente nunca tem isso dentro da nossa favela. Como a gente não pode comer lá em paz, sentar, fazer um desenho, um grafite, fazer uma brincadeira nas praças da nossa comunidade, a gente está aqui em Copacabana, que a gente entende e reconhece que aqui a gente pode"
Uma mesa de 70 metros de comprimento, coberta por uma toalha vermelha simbolizando o sangue das vítimas, foi estendida na areia. Painéis foram grafitados por artistas de favela, com temas como a condição precária de vida do morador de comunidade. O presidente da ONG Rio de Paz, organizadora do ato, Antonio Carlos Costa, acha que os governos municipal, estadual e federal, devem se unir no combate à violência:
"Triste para a nossa democracia, que essas mães tenham que celebrar os seus dias na Praia de Copacabana por se sentirem mais seguras aqui do que nas comunidades pobres onde moram. O problema é de tal magnitude que demanda a união das três esferas de poder executivo, senão nós vamos continuar testemunhando mais mortes, balas perdidas nessas comunidades onde pessoas se sentem, do ponto de vista social, invisíveis.
O objetivo do ato público é cobrar o direito das mães e famílias da favela de poderem viver livres da violência com armas de fogo.
Edição: Radiogência Nacional