A Polícia Federal do México prendeu na última quinta-feira (12) mais um dos suspeitos de envolvimento no assassinato da ambientalista hondurenha Berta Cáceres. O ex-militar Henry Javier Hernández Rodríguez, de 26 anos, acusado de executar o crime, foi levado para Honduras neste domingo (15).
Cáceres foi assassinada em março de 2016, em La Esperança, no oeste de Tegucigalpa, capital de Honduras. Vencedora do Prêmio Ambiental Goldman (considerado o "Nobel verde"), fez muitos inimigos durante seus anos de luta contra os excessos ambientais em Honduras.
Sua última batalha era travada contra a construção da barragem de Agua Zarca, no rio Gualcarque, local considerado sagrado para o povo Lenca. A Agência de Investigação Criminal de Honduras revelou que o assassinato da militante tem relação direta com sua luta contra a hidrelétrica.
Para conter a obra, Cáceres mobilizou comunidades indígenas e levou sua campanha para fora das fronteiras de Honduras, conseguindo que o Banco Mundial e a empresa pública chinesa Sinohydro abandonassem o projeto de construção.
A empresa hondurenha Desarrollos Energético SA (DESA), então, ficou responsável pelo empreendimento. O diretor da DESA, Sergio Ramón Rodríguez Orellana, teria ordenado o assassinato da ativista. Com Hernandez, agora são oito os presos envolvidos com o crime.
Cáceres também liderou manifestações de denúncia ao golpe de Estado contra o então presidente Manuel Zelaya, em 2009. Além disso, ela era contra a criação de bases militares dos Estados Unidos em território hondurenho.
Em 1993, ela co-fundou o Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) para lutar em defesa do meio ambiente e pelo resgate da cultura Lenca.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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