Violência

Pistoleiros ameaçam trabalhadores rurais em acampamento no Pará

Barracas e roças foram queimadas, o que aumenta o clima de tensão entre as famílias do acampamento Hugo Chávez

Belém (PA) |
Desde a primeira semana de ocupação, em 2014, as famílias do acampamento Hugo Chávez sofrem com intimidações
Desde a primeira semana de ocupação, em 2014, as famílias do acampamento Hugo Chávez sofrem com intimidações - MST

Desde a última sexta-feira (9), o acampamento Hugo Chávez, localizado no município de Marabá, região sudeste do Pará, vem sofrendo uma série de ataques violentos por parte de pistoleiros. Segundo os agricultores, os jagunços agem sob o comando do proprietário da fazenda Santa Tereza - onde está localizado o acampamento -, o empresário Rafael Saldanha. 

No sábado (11) o ataque foi ainda mais violento. Barracas e roças foram queimadas, o que aumentou ainda mais o clima de tensão entre as 300 famílias que estão acampadas.  

De acordo com a liderança Manoel Silva, 31 anos, os agricultores comunicaram o ataque à ouvidoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na manhã de segunda-feira (12). No entanto, até o momento nenhum representante apareceu no acampamento para colher informações. 

Temerosos com a situação, o grupo se deslocou até Marabá, distante 40 km do acampamento, para registrar a denúncia de ataque na Delegacia de Conflitos Agrários (Deca). 

Violência

De acordo com o relatório Conflitos no Campo Brasil 2015, publicado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), a região Norte é onde estão concentrados os índices mais alarmantes de violência no campo. Dos 50 assassinatos na região, 19 aconteceram no estado do Pará. 

Acampamento 

O acampamento Hugo Chávez tem dois anos de existência e fica distante 14 km da BR 155, que liga as cidades de Redenção e Marabá. Há uma produção variada de hortaliças, além de produções de arroz, feijão e macaxeira. 

Desde a primeira semana de ocupação, em 2014, as famílias sofrem com intimidações, como exibições de jagunços fortemente armados com rifles  em cima de caminhonetes. Há relatos também de ameaças diretas ao moradores do assentamento 26 de março, que faz divisa com a área do acampamento Hugo Chavez, para que estes não deem nenhum suporte aos acampados.

Edição: José Eduardo Bernardes

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