Atrito

Milei se recusa a pedir desculpas a Lula em véspera de encontro na cúpula do Mercosul

Lula disse que não falaria com Milei até que ele pedisse desculpas; presidentes se reunião no Paraguai em julho

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O presidente da Argentina, Javier Milei, faz um discurso após receber o Prêmio do Instituto Liberal em 24 de junho de 2024 em Praga, República Tcheca - MICHAL CIZEK / AFP

O ultraliberal presidente argentino Javier Milei recusou-se, nesta sexta-feira (28), a pedir desculpa ao seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula disse publicamente que não falaria com Milei até que ele pedisse desculpas. "Eu não conversei com o presidente da Argentina porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem, só quero que ele peça desculpas", disse em entrevista ao portal UOL

Ao ser questionado pelo canal de televisão LN+ sobre o pedido de Lula,  Milei declarou que "os interesses dos argentinos e dos brasileiros são mais importantes do que o ego inflamado de algum esquerdista". "Quais são os problemas, que eu o chamei de corrupto? Ele não foi preso por ser corrupto? Ou estamos tão doentes com o politicamente correto que não se pode dizer nada à esquerda, mesmo que seja verdade?", disse Milei

Milei e Lula se reunirão em Assunção no início de julho, durante a cúpula do Mercosul, bloco comercial do qual são grandes parceiros, junto ao Paraguai e ao Uruguai. Uma fonte da Chancelaria paraguaia confirmou à AFP a presença dos dois líderes na reunião de 8 de julho.

Ambos os presidentes cumprimentaram-se quando se encontraram recentemente na Itália, durante a cúpula do G7, mas não se reuniram. Lula havia declarado que "a Argentina é um país muito importante para o Brasil, e o Brasil é muito importante para Argentina. Não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre Brasil e Argentina". Lula não compareceu à posse de Milei em dezembro, para a qual foi convidado seu adversário político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), próximo do presidente argentino. 

*Com AFP

Edição: Leandro Melito