A líder do movimento correísta e candidata presidencial do Equador, Luisa González, do partido oposicionista Revolução Cidadã (RC), votou neste domingo (09/02) em Canuto, cidade rural da província costeira de Manabí, e aproveitou o momento para denunciar irregularidades eleitorais do país.
“Com esse coração e essa garra, com equilíbrio em mente, com a memória no coração, vamos reviver o Equador. Em uma única volta […] Vamos lá, o povo equatoriano vai vencer”, afirmou a advogada aos seus apoiadores.
A declaração foi dada em meio a um contexto de pobreza, crise energética e segurança pública que atinge o país em decorrência das medidas neoliberais de seu adversário Daniel Noboa, atual mandatário do partido de extrema direita Ação Democrática Nacional (ADN), que concorre à reeleição.
González aproveitou o momento para pedir à população e seus apoiadores que estejam atentos aos resultados eleitorais, assegurando que os observadores internacionais que acompanham o processo “conhecem as irregularidades que foram cometidas desde o momento em que o ‘candidato-presidente’ não pediu licença”, referindo-se à relutância de Noboa em se afastar do cargo presidencial durante a campanha eleitoral.
De acordo com a Constituição do Equador, autoridades que concorrem à reeleição devem solicitar a licença do cargo e, no caso do chefe de Estado, é necessário que ele entregue o poder à vice-presidência. No entanto, Noboa não pediu a licença durante o período da campanha eleitoral, ocorrido entre 5 de janeiro e 6 de fevereiro.
Em vez de delegar a Presidência à vice-presidente Verónica Abad, entregou o posto à secretária de Administração Pública Cynthia Gellibert, nomeando-a como “vice-presidente responsável” e deixando o cargo presidencial apenas nos dias em que realizou atividades eleitorais.
Nesse sentido, González também criticou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, Diana Atamaint, ao afirmar que a autoridade “em vez de ser uma guardiã do processo eleitoral, tem sido uma gerente de campanha de Daniel Noboa, permitindo que irregularidades sejam cometidas e a lei não seja cumprida”.
Noboa votou e não comentou
Mais cedo, o presidente equatoriano Daniel Noboa chegou à escola Antonio Moya Sánchez, na comuna de Olón, província costeira de Santa Elena, acompanhado de sua esposa, Lavinia Valbonesi, e um de seus três filhos, sob forte segurança. Ele emitiu o seu voto e não deu declarações à imprensa.
De acordo com o periódico local El Universal, desde a madrugada, um grande grupo de militares e policiais se concentrou na escola de onde o mandatário registrou o seu voto. Ao chegar, segundo informações da agência EFE, ele foi recebido por Cynthia Gellibert, que ocupa a vice-presidência interina. Também estiveram presentes Andrés Guschmer, candidato a deputado e ex-ministro dos Esportes em sua gestão.
“Não queremos um país com falta de controle, do crime organizado em todos os níveis”, disse Guschmer, acrescentando que os aliados de Noboa procuram “continuar com o trabalho” que o mandatário já começou. “O país estava em um ponto sem volta e agora temos que mostrar que um país diferente pode ser obtido”.
No início do dia, o CNE confirmou que as 4.349 seções eleitorais do país funcionam sob segurança reforçada. Elas foram abertas às 7h pelo horário local (9h pelo horário de Brasília) e funcionarão até às 17h pelo horário local (19h pelo horário de Brasília).
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