Ataques contra Cuba

Alba critica retorno de Cuba para lista de organizações terroristas dos EUA: 'Desprezo pelos povos'

Aliança afirma que a medida pretende causar graves danos ao povo cubano; governo venezuelano também se posicionou

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Em seu discurso de posse para o segundo mandato, Trump intensificou seus ataques contra políticas de raça e gênero nos EUA - JIM WATSON/ AFP

A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado de Comércio para os Povos (Alba- TCP) publicou uma nota nesta terça-feira (21) condenando a decisão do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de recolocar Cuba na lista de países que “patrocinam o terrorismo”. Para a organização, essa decisão demonstra “desprezo” pelos povos latino-americanos. 

Logo depois de tomar posse para o segundo mandato, o republicano assinou uma ordem executiva que reincorpora Cuba à lista de “Estados Patrocinadores do Terrorismo” elaborada unilateralmente pelo Departamento de Estado dos EUA.

A medida anula a decisão de 14 de janeiro, quando, a menos de uma semana do fim de seu mandato, o ex-presidente Joe Biden retirou a ilha caribenha da lista, depois que o próprio Departamento de Estado afirmou ter “constatado que o governo de Cuba não havia fornecido nenhum apoio ao terrorismo internacional”.
 
A Alba afirma que o ex-presidente estadunidense “reconheceu publicamente” que o governo cubano não está envolvido com o terrorismo e que “sempre lutou” contra ese tipo de ação. De acordo com a Aliança, essa medida pretende causar graves danos ao povo cubano.

“O mundo, hoje, enfrenta a imposição de medidas erráticas, abusivas, criminosas e ilegais de forma totalmente vergonhosa e impune por uma administração que promove o ódio e causa profundas deficiências para fins de dominação. A Alba rejeita este ato de arrogância que pretende causar graves danos ao nobre povo cubano, exige a retirada de Cuba dessa lista feita à medida ideológica do imperialismo e manifesta a sua absoluta solidariedade com a soberania e a dignidade desta nação”, disse.

O governo venezuelano, que também integra a Alba, se pronunciou denunciando a medida de Trump. Em nota, a chancelaria da Venezuela disse que essa determinação mostra a intenção da Casa Branca de restabelecer “políticas de agressão e coerção” que marcaram a história recente das relações entre os Estados Unidos e a América Latina.

“A Venezuela condena firmemente este ato injusto e apela aos povos e governos do mundo para que denunciem e rejeitem claramente este tipo de decisões, que violam os princípios do respeito pela soberania e procuram justificar o bloqueio desumano contra o povo cubano”, diz o texto.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, também se posicionou. Em declaração nesta terça-feira (21), o mandatário disse que o povo cubano pode contar com a ajuda da Venezuela. 

Cuba foi incluída pela primeira vez na lista de patrocinadores do terrorismo em 1982, durante o governo de Ronald Reagan. Em 2015, durante a gestão de Barack Obama, o país caribenho foi retirado da lista, como parte da aproximação bilateral entre os países. No entanto, no final da primeira gestão de Donald Trump, em 2021, foi novamente incluído.

Edição: Leandro Melito