violência policial

PT pede que MP-SP investigue caso de adolescente de 16 anos morta por PM em São Paulo

Câmera mostrou que disparo que matou Victória Manoelly aconteceu após sargento dar coronhada no irmão da adolescente

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O sargento da PM-SP está detido preventivamente no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo - PM-SP

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de São Paulo, Paulo Fiorilo, enviou um ofício ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público (MP-SP) pedindo investigação das circunstâncias envolvendo o assassinato de Victoria Manoelly dos Santos. A adolescente de 16 anos foi morta por um sargento da Polícia Militar (PM) na noite da última quinta-feira (9).  

O policial Thiago Guerra teve prisão preventiva decretada pela justiça no sábado (11), depois de ter sua versão dos fatos desmentida pelas imagens da câmera corporal. O episódio aconteceu em Guaianases, na zona leste da capital paulista, quando o PM abordou Victória e seu irmão Kauê Santos, de 21 anos.  

De acordo com a Polícia Civil, as imagens mostram que o disparo que matou Victória aconteceu depois de o sargento dar uma coronhada na cabeça do rapaz. No seu primeiro depoimento, cuja falsidade foi em seguida comprovada, o PM Thiago Guerra disse que Kauê teria resistido à abordagem e lhe dado um tapa na mão, o que teria provocado o disparo acidental da arma.  

Segundo relatos que circulam pelas redes sociais de Vanessa Priscila dos Santos, mãe de Victoria, o socorro médico demorou cerca de uma hora para chegar. A adolescente foi levada ao Hospital Geral de Guaianases, mas não resistiu.  

No ofício enviado do MP-SP, o deputado Paulo Fiorilo (PT) argumenta que este é mais um entre outros casos de abuso de força por agentes de segurança do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).  

O ano de 2024 terminou com grande repercussão de episódios de violência praticados pela PM-SP. Entre eles, a execução do jovem no Oxxo por furtar sabão, o rapaz jogado de cima de uma ponte, o assassinato do estudante de medicina e a morte do garoto Ryan Santos, de 4 anos. 

Além do acompanhamento de perto da investigação do caso de Victória, atualmente a cargo do 50º DP do Itaim Paulista, o deputado petista pede que o MP-SP apure uma possível omissão de socorro. Isso inclui uma investigação “rigorosa” sobre o tempo de socorro à vítima, também demandada pela Ouvidoria das Polícias.  

A Secretaria de Segurança Pública informou que a Polícia Militar "não compactua com excessos ou desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que desobedecem aos protocolos estabelecidos pela corporação".   

Edição: Martina Medina