Violência policial

Maioria dos brasileiros tem mais medo do que confiança na polícia, aponta Datafolha

No total, 51% dos brasileiros mais temem do que confiam na polícia; percentual vai 59% entre pessoas negras

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Os resultados de confiança e medo na polícia são semelhantes aos registrados em abril de 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) - Paulo Pinto/ Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, divulgada neste domingo (22), mostrou que 51% dos brasileiros acima de 16 anos mais temem do que confiam na polícia, enquanto 46% têm mais confiança do que medo. 

O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 13 de dezembro deste ano em meio à divulgação de casos de violência e assassinatos praticados por policiais em todo o Brasil, principalmente no estado de São Paulo. Os resultados, no entanto, são semelhantes aos registrados em abril de 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Na época, 51% disseram ter mais medo, e 47%, mais confiança. 

Entre os entrevistados, 63% afirmaram ter conhecimento sobre os episódios violentos da Polícia Militar de São Paulo, dos quais 34% disseram estar bem-informados, 25% mais ou menos, e 4% mal-informados. Daqueles que tiveram conhecimento acerca dos casos, 55% têm mais medo do que confiança na polícia, e 42%, mais confiança do que medo. 

O instituto também levantou os dados de acordo com os recortes de gênero, raça e entre eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro.  

Em relação ao gênero, 56% das mulheres e 52% dos homens têm medo da polícia. Já na seção de raça, 59% dos negros e 45% dos brancos mais temem do que confiam na corporação. Por fim, 58% dos eleitores lulistas e 40% daqueles que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022 têm medo da polícia. Aqui, a margem de erro é de três a cinco pontos percentuais para cima ou para baixo.  

No total, foram entrevistadas 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 113 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. 

 

 

Edição: Geisa Marques