EVENTO EM SÃO PAULO

Reciclagem: com catadores valorizados, coleta seletiva ganha mais importância, diz Fundação BB

Patrocinador da ExpoCatadores exalta protagonismo dos trabalhadores do setor e discute avanços e necessidades atuais

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Evento acontece até esta sexta-feira (20) no Distrito Anhembi e reúne cerca de 3 mil trabalhadores da cadeia de reciclagem, governo e entidades - Foto: Carolina Bataier / BdF

Acontece até esta sexta-feira (20) no Distrito Anhembi, em São Paulo, a 11ª edição da ExpoCatadores. O principal evento da cadeia de reciclagem no Brasil é organizado pela Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat) junto ao Movimento Nacional dos Catadores (MNCR) e a Unicatadores, e reúne representantes do governo federal, de entidades públicas e privadas, além de quase 3 mil trabalhadores do setor, a maioria das cooperativas. 

Para Paulo Silva, mais conhecido como Paulão, assessor de marketing da Fundação Banco do Brasil, o evento é importante para demonstrar e colocar em discussão os avanços no setor e, principalmente, as necessidades ainda existentes. A Fundação Banco do Brasil é patrocinadora da ExpoCatadores e possui projetos voltados aos trabalhadores da área.

"A gente já tem uma longa parceria junto aos catadores. Desde 2006, a gente lançou o primeiro programa chamado Cataforte, que foi para formalização desses trabalhadores. Na sequência, a gente teve também o Cataforte 2, que já foi preocupado com a logística e material para eles trabalharem, como caminhões, máquinas e tratores. Depois, tivemos também a publicação de Cataforte 3, que já era para fomentar e organizar a cadeia de valor, fazer toda a separação: quem é da cadeia de papelão e quem é da cadeia de vidro, por exemplo", relembra.

"E, recentemente, depois de um longo tempo que a gente teve sem orçamento para esse apoio, a gente volta agora com o novo Cataforte que é para a organização das redes das cooperativas. Então esse evento é importante para isso, para a gente reforçar essa parceria que a Fundação Banco do Brasil tem junto a essa categoria. Com essa vontade e missão de transformar vidas e realidades", prossegue Paulão, que conversou com o jornal Central do Brasil direto do evento nesta quinta-feira (19).

O evento começou na quarta-feira (18) e contou com a presença do ministro Márcio Macêdo, chefe da secretaria-geral da Presidência da República, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sempre presente em outras edições, Lula não pôde estar neste ano por motivos médicos. Macêdo anunciou na mesa de abertura do evento novos investimentos prometidos por meio do programa Cataforte. Juntos, governo federal, bancos estatais e fundação vão destinar, ao todo, R$ 122,8 milhões para o setor. E novos investimentos estão previstos para 2025 por meio da Lei de Incentivo à Reciclagem.

Diante de grande dificuldade por parte da população em separar materiais recicláveis do restante do lixo comum, a importância do trabalho dos catadores é ainda mais evidente, ressalta o assessor de marketing da Fundação BB. Paulão lembra do lema usado pelos próprios catadores ao falar sobre o assunto.

"Os catadores de materiais recicláveis falam aqui, entre eles: 'Não existe coleta seletiva sem catador'. Primeiro ponto é a gente incluir o catador nessa cadeia da coleta seletiva. A gente tem que entender que a coleta seletiva não é apenas em casa. O catador tem que estar presente em todo esse processo. Por quê? Explicando, ensinando as coisas que funcionam, que não estão funcionando. O poder público, a gente, tem que fazer campanhas, ensinar, coisas mais educativas", pontua.

"Por exemplo, tem coisas que poucas pessoas sabem. Acha todas as garrafas PET vão para o mesmo lugar e fazem a mesma reciclagem. Não, não podem. As PETs cor de rosa não podem se misturar com as PETs transparentes e verdes, azuis... E às vezes a gente - eu digo a gente, população - acha que está fazendo a coleta seletiva em casa e não está tão seletiva assim. Por mais que a intenção seja essa, a gente infelizmente não está ajudando a cadeia e o catador lá no final. Então tem que ter essa atenção e também a gente precisa que valorizem. Porque os catadores sendo valorizados, a coleta seletiva ganha muito mais importância. Se transforma, melhora a condição de vida deles, porque a gente vai aumentar ali o valor de todos esses materiais recicláveis", explica.

A entrevista completa está disponível na edição desta quinta-feira (19) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Martina Medina