pós-Lira

PDT, PSB, PSDB e Cidadania embarcam na candidatura de Motta à presidência da Câmara; aliança já inclui 12 partidos

Com avanço das costuras nesta terça (5), União Brasil e PSD negociam desistência de Elmar Nascimento e Antônio Brito

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Aliança entre Hugo Motta e PSB contou com presença de Tabata Amaral e prefeito de Recife, João Campos - Chico Ferreira/PSB/Divulgação

As costuras políticas em torno da sucessão à presidência da Câmara dos Deputados viveram novos capítulos nesta terça-feira (5), em Brasília (DF). As bancadas das siglas PDT, PSB, PSDB e Cidadania anunciaram formalmente que irão apoiar a candidatura do deputado Hugo Motta (PB), que agora já conta com o apoio de 12 partidos.

As quatro legendas estavam alinhadas anteriormente à candidatura de Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, mas, com a sinalização de que o parlamentar desistiria da corrida por conta do favoritismo de Motta, o grupo acabou migrando para a ala de apoio ao deputado paraibano. A adesão do PSB foi um dos principais destaques do dia e contou com a presença do prefeito de Recife (PB), João Campos, e dos deputados federais Pedro Campos (PSB-PE) e Tabata Amaral (PSB-SP).

A decisão foi selada também em diálogo com a bancada do PSB e o líder da sigla na Casa, Gervásio Maia (PB). "Ele tem experiência, habilidades e um conjunto de atributos que vão ajudar neste momento importante de avanços que o Brasil vive. O PSB está unido, apoiando Motta para sucessão do presidente Arthur Lira, e acreditando nesse processo", disse Maia à imprensa. Veterana no Congresso e um dos principais nomes do partido na Câmara, a deputada Lídice da Mata (BA) disse, em nota, que os parlamentares precisam se unir "para que gozem do respeito da população".

A parlamentar também disse que, apesar de muito jovem, Hugo Motta já teria demonstrado "senso para conduzir os trabalhos da Câmara". "Então, acho que a nossa bancada concluiu isso, após um processo de discussão, de aprofundamento e de unificação, como é a marca da nossa atuação. E nós estamos felizes de estarmos unidos agora em torno dessa candidatura", afirmou Lídice, que também é uma das vice-líderes do governo Lula na Casa.

Entre os pedetistas, a ideia de apoiar Motta foi deliberada sem rejeições dentro da sigla, segundo informou o líder do grupo, deputado Afonso Motta (RS). "Tínhamos promovido um indicado que alcançava o deputado Elmar Nascimento. Com a desistência dele, nós hoje reunimos a bancada, que já tinha o sentimento de acompanhar a indicação do presidente Arthur Lira, e decidimos por unanimidade", disse o líder do grupo, Afonso Motta (RS). André Figueiredo (CE) destacou que o partido tem diferenças, mas também afinidades com o líder do Republicanos. "Apesar de não termos convergências ideológicas, assim como não tínhamos com Arthur, temos a pauta da defesa da democracia, de um parlamento forte e da respeitabilidade que Hugo adquiriu."

Antes do embarque das siglas PSB, PDT, PSDB e Cidadania, Hugo Motta já contava com uma aliança que envolvia PL, PP, MDB, PT, Podemos, PV e PCdoB, além de sua própria sigla. Com o crescimento da candidatura, a tendência é o enfraquecimento das candidaturas do União Brasil e do PSD, que concorrem com Elmar Nascimento (BA) e Antônio Brito (BA), respectivamente. Nos bastidores, Nascimento já vem sinalizando possível desistência e dialoga com o grupo de Motta para negociar uma parceria no pleito, mas o anúncio oficial ainda não saiu.

Já Antônio Brito, que lidera a bancada do PSD, disse à imprensa nesta terça (5) que seguirá na corrida. "A posição da bancada foi de manter a candidatura. Eu fiz uma ponderação à bancada e coloquei que, se nós dialogarmos com o presidente Arthur Lira e com o candidato dele, Hugo Motta, a fim de mantermos as proporcionalidades que o PSD tem mantido na Casa, nós voltaremos à bancada para dialogar e [saber] se ela deseja manter a candidatura ou se haverá algum tipo de mudança. Mas, neste momento, [a linha] é manter a nossa candidatura e abrir diálogo para discutir proporcionalidades e as pautas do nosso partido. Essa foi a decisão".

Com as negociações por espaço político baseadas na lógica de proporcionalidade partidária, o Legislativo costuma distribuir os cargos internos a partir do tamanho de cada bancada. O PSD tenta ampliar sua presença na Câmara em postos políticos e administrativos após ter se fortalecido nas eleições municipais, em que se destacou como a sigla que mais elegeu prefeitos – foram 887 nomes eleitos, sendo cinco deles em capitais, o que significa um salto de 35% na comparação com o pleito de 2020. O partido é liderado nacionalmente por Gilberto Kassab, ator de destaque nas negociações em busca de fortalecer a presença da legenda na Câmara.

Edição: Thalita Pires