ORIENTE MÉDIO

Após Egito apresentar plano de trégua, Israel bombardeia Gaza e o Líbano

Irã pediu reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir escalada na região

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
Cena de ataque israelense contra a cidade de Tiro no sul do Líbano nesta segunda-feira - Kawnat HAJU / AFP

Um dia depois de o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, anunciar proposta de trégua de dois dias na Faixa de Gaza, Israel bombardeou nesta segunda-feira (28) tanto o território palestino como o Líbano. 

No domingo, o presidente do Egito, país que atua como um dos mediadores entre Israel e Hamas, propôs no Cairo "dois dias de cessar-fogo", período em que "quatro reféns seriam trocados por alguns presos" que estão nas penitenciárias de Israel. Abdel al Sisi não disse se o plano foi apresentado ao Hamas ou a Israel, mas afirmou que a trégua precederia "negociações que acontecerão dentro de 10 dias" para garantir "um cessar-fogo completo e a entrada de ajuda" na Faixa de Gaza

Segundo a imprensa israelense, David Barnea, diretor do Mossad, agência de inteligência do país, chegou ao Catar para participar em uma rodada de negociações com o diretor da CIA, Bill Burns, e mediadores do cataris sobre um cessar-fogo no território palestino. 

Nesta segunda-feira, bombardeio de Israel matou sete pessoas na cidade costeira de Tiro, sul do Líbano, segundo as autoridades. O movimento libanês Hezbollah disse ter atacado tropas israelenses com foguetes e artilharia no 'Portão de Fátima', uma antiga passagem de fronteira, atualmente fechada, no sul do país.

Horas depois, o grupo xiita anunciou que lançou foguetes contra soldados israelenses perto de Wazzani, no sul do país. No norte de Israel, as sirenes de alarme de foguetes foram acionadas diversas vezes.

Os bombardeios de israel no norte da faixa de Gaza já mataram mais de mil palestinos nas últimas três semanas.

Conselho de Segurança

Israel alega combater o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, movimentos patrocinados pelo Irã, país atacado por ataques israelenses que deixaram quatro mortos na sexta-feira (horário de Brasília, madruga de sábado no Irã). Após o ataque, o comandante da Guarda Revolucionária,general Hossein Salami, ameaçou Israel com "consequências amargas inimagináveis" após os bombardeios contra instalações militares da República Islâmica.

"Utilizamos todos os meios disponíveis para responder de maneira firme e eficaz à agressão do regime sionista", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei.

A pedido do Irã, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta segunda-feira em caráter de emergência, às 19H00 GMT (16H00 Brasília), para examinar o cenário no Oriente Médio.

*Com AFP e Al Jazeera

Edição: Rodrigo Durão Coelho