MINAS GERAIS

Fuad Noman é reeleito prefeito de Belo Horizonte (MG) ao derrotar bolsonarista Bruno Engler (PL)

Prefeito Fuad Noman virou o jogo contra Engler, que havia vencido no primeiro turno

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Fuad Nomam durante ato em que recebeu apoio da juventude negra de BH para derrotar bolsonarismo neste segundo turno - Foto: Reprodução

Com apoio do campo progressista e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o atual prefeito de Belo Horizonte (MG), Fuad Noman (PSD), está reeleito para mais quatro anos de mandato. Apoiado pelo campo progressista, o mandatário derrotou em segundo turno o deputado estadual bolsonarista Bruno Engler (PL).

Com 96% das urnas apuradas e um cenário irreversível, Noman teve 53,76% dos votos, contra 46,24% de Engler.

Natural de Belo Horizonte, Fuad Noman, de 77 anos, é economista e servidor de carreira do Banco Central. Em 2020, foi eleito vice-prefeito e assumiu a gestão em definitivo em março de 2022, com a renúncia do titular, Alexandre Kalil.

Bruno Engler é natural de Curitiba (PR),tem 27 anos e coordena o Movimento Direita Minas. Surfando na onda bolsonarista, foi eleito deputado estadual de Minas Gerais em 2018, cargo que ocupa até o momento. 

Primeiro turno

Na primeira volta, Fuad Noman (PSD) obteve 26,47% dos votos válidos, contra 34,37% do deputado estadual Bruno Engler (PL).

Mauro Tramonte (Republicanos), com 15,21%, ficou em terceiro lugar e, embora tenha deixado a disputa indefinida na maior parte da apuração, não conseguiu avançar para o segundo turno.

Em seguida, vieram Gabriel Azevedo (MDB), com 10,59% Duda Salabert (PDT), com 7,68%; Rogério Correia (PT), com 4,4%; Carlos Viana (Podemos), com 1%; Indira Xavier (UP), com 0,19% Wanderson Rocha (PSTU), com 0,05%, e Lourdes Francisco (PCO), com 0,02%.

A coligação do atual prefeito reuniu, além do PSD, o Solidariedade, União Brasil, PRD, Agir, Avante, Federação PSDB Cidadania. Na coligação Coragem para Mudar, Engler reuniu, além do PL, o PP. 

Berço de políticas progressistas

Embora tenha sido invadida nos últimos anos por uma onda conservadora e neoliberal, a capital mineira traz consigo um histórico de políticas públicas progressistas voltadas à promoção da cidadania, a exemplo do Orçamento Participativo (OP), dos Restaurantes Populares e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O auge desses avanços ocorreu na década de 1990, quando a cidade pôde experimentar as gestões petistas de Patrus Ananias (1993-1996), hoje deputado federal; e de Célio de Castro (1997-2000).

Nas últimas eleições presidenciais, contudo, Belo Horizonte votou majoritariamente no candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro (PL). Algo similar tem ocorrido nos demais pleitos realizados na capital mineira, que hoje possui representantes da direita tanto na prefeitura (Fuad Noman, do PSD), como no governo do estado (Romeu Zema, do Novo).

Para as eleições deste ano, parte do eleitorado progressista demonstrou ter se dividido entre as candidaturas de esquerda, com Rogério Correia (PT), de centro, com Duda Salabert (PDT), e até da direita, com Fuad Noman (PSD).

Edição: Rodrigo Chagas