O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, publicou, neste domingo (27), em seu perfil no Facebook, um vídeo do momento em que o carro em que ele estava era alvo de tiros. De acordo com a denúncia de Morales, trata-se de um atentado cujos autores seriam quatro homens encapuzados e vestidos de preto.
No vídeo, é possível ver marcas de tiros no vidro dianteiro do veículo. O motorista, em determinado momento, para o carro na estrada e a pessoa que está filmando desce do veículo.
Ao retornarem para o carro, outro homem, com sangue na cabeça, assume a direção. O ex-presidente fala ao telefone, pedindo ajuda. "Rápido, estão disparando", diz Morales.
"O carro em que cheguei tem 14 tiros. Me surpreenderam. Felizmente, hoje, salvamos nossas vidas (...). Os que atiraram estavam encapuzados (...). Isto foi planejado, era para matar Evo", disse, em uma entrevista à rádio Kawsachun Coca.
Segundo os relatos das vítimas, o atentado aconteceu entre Villa Tunari e Lauca Ñ, em Cochabamba, na Bolívia.
"Também temos imagens de que, depois do ocorrido, um helicóptero no aeroporto de Chimoré [em Cochabamba] transporta seis pessoas (...) Não temos certeza se eram militares ou policiais, mas a única coisa que realmente querem é assassinar Evo Morales", disse à AFP Anyelo Céspedes, deputado próximo do ex-presidente. "Ontem, aconteceu uma mudança no alto comando militar e hoje tentam matar Evo Morales", acrescentou o deputado.
No dia 14 de outubro, partidários de Morales, que exigem o "fim da perseguição judicial" contra o líder, bloquearam várias rodovias do país. Os cortes nas estradas provocaram escassez de combustíveis e aumento dos preços de produtos básicos em várias cidades.
O ex-presidente é investigado por uma acusação de "estupro e tráfico de pessoas", por manter relações com uma menina de 15 anos em 2015, quando ainda era presidente. De acordo com a denúncia, ele teria tido uma filha com a adolescente em 2016. O Ministério Público anunciou, há algumas semanas, que emitiria um mandado de prisão contra ele, mas não se pronunciou desde então.
Com informações da Agência AFP
Edição: Martina Medina