O presidente russo, Vladimir Putin, realizou uma coletiva de imprensa ao final da 16ª Cúpula do Brics, em Kazan, na Rússia, na qual falou sobre a adesão de membros parceiros ao grupo, o conflito ucraniano e outros temas referentes às negociações na cúpula.
Ele disse que todos os países do Brics estão empenhados em garantir que o conflito na Ucrânia termine de forma pacífica e o mais rápido possível.
Já ao falar dos motivos que levaram à guerra, Putin disse que os países ocidentais "estavam armando ativamente o regime de Kiev, levando à participação direta de militares dos exércitos dos países da Otan no conflito. O presidente russo destacou que a proposta de resolução do conflito do Brasil e da China foi apoiada por muitos países do Brics.
"Todos estão empenhados em garantir que o conflito termine o mais rapidamente possível e por meio de meios pacíficos. A República Popular da China e o Brasil apresentaram uma iniciativa durante a assembleia em Nova Iorque. Muitos países membros do Brics apoiam esta iniciativa. Nós, por sua vez, Estamos gratos aos nossos parceiros pelo facto de prestarem atenção a este conflito e procurarem formas de o resolver”, disse o líder russo.
Mandato de Dilma
Ao falar sobre a adesão de países parceiros, ele confirmou que o bloco chegou a um acordo sobre uma lista de países parceiros para aderir à associação.
"A organização enviará propostas a vários países para participarem na associação como estados parceiros", disse o presidente russo.
Ele observou que alguns participantes da cúpula do Brics apresentaram um pedido de participação plena na associação.
"A Rússia fez tudo o possível para que os novos membros do Brics se juntem organicamente à família, isto foi alcançado", disse Putin.
O líder russo também confirmou que o país propôs a extensão do mandato de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (NBD).
Cerca de 300 jornalistas participaram da coletiva de imprensa com o presidente russo. Putin falou por cerca de 20 minutos e respondeu a perguntas da mídia oficial russa e da estrangeira.
Apesar de não declarar oficialmente quais foram os países aceitos para fazer parte do Brics como parceiros, a reportagem do Brasil de Fato apurou com as fontes diplomáticas brasileiras que os países do bloco chegaram a uma definição de 13 países para se juntar à associação na categoria de "Estados parceiros".
No entanto, não haverá uma oficialização da entrada destes países durante a cúpula, já que a partir desta definição, a presidência russa passa a realizar consultas com os países parceiros para oficializar a adesão. O grupo dos países convidados como "Estados parceiros" é: Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda.
De acordo com fontes diplomáticas da delegação brasileira em Kazan ouvidas pela reportagem do Brasil de Fato, a Venezuela ficou fora da lista por conta de um veto do Brasil, apresentado durante as negociações preliminares da cúpula.
Edição: Rodrigo Durão Coelho