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Putin no Brics: muitos países apoiaram a iniciativa de Brasil e China sobre a guerra da Ucrânia

Líder russo falou com a imprensa no final do última dia da Cúpula do Brics

Brasil de Fato | Enviado especial a Kazan (Rússia) |
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fala durante a cúpula do Brics em Kazan em 24 de outubro de 2024. - Alexander Nemenov / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, realizou uma coletiva de imprensa ao final da 16ª Cúpula do Brics, em Kazan, na Rússia, na qual falou sobre a adesão de membros parceiros ao grupo, o conflito ucraniano e outros temas referentes às negociações na cúpula. 

Ele disse que todos os países do Brics estão empenhados em garantir que o conflito na Ucrânia termine de forma pacífica e o mais rápido possível. 

Já ao falar dos motivos que levaram à guerra, Putin disse que os países ocidentais "estavam armando ativamente o regime de Kiev, levando à participação direta de militares dos exércitos dos países da Otan no conflito. O presidente russo destacou que a proposta de resolução do conflito do Brasil e da China foi apoiada por muitos países do Brics.

"Todos estão empenhados em garantir que o conflito termine o mais rapidamente possível e por meio de meios pacíficos. A República Popular da China e o Brasil apresentaram uma iniciativa durante a assembleia em Nova Iorque. Muitos países membros do Brics apoiam esta iniciativa. Nós, por sua vez, Estamos gratos aos nossos parceiros pelo facto de prestarem atenção a este conflito e procurarem formas de o resolver”, disse o líder russo.

Mandato de Dilma

Ao falar sobre a adesão de países parceiros, ele confirmou que o bloco chegou a um acordo sobre uma lista de países parceiros para aderir à associação.

"A organização enviará propostas a vários países para participarem na associação como estados parceiros", disse o presidente russo.

Ele observou que alguns participantes da cúpula do Brics apresentaram um pedido de participação plena na associação.

"A Rússia fez tudo o possível para que os novos membros do Brics se juntem organicamente à família, isto foi alcançado", disse Putin. 

O líder russo também confirmou que o país propôs a extensão do mandato de Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (NBD).

Cerca de 300 jornalistas participaram da coletiva de imprensa com o presidente russo. Putin falou por cerca de 20 minutos e respondeu a perguntas da mídia oficial russa e da estrangeira. 

Apesar de não declarar oficialmente quais foram os países aceitos para fazer parte do Brics como parceiros, a reportagem do Brasil de Fato apurou com as fontes diplomáticas brasileiras que os países do bloco chegaram a uma definição de 13 países para se juntar à associação na categoria de "Estados parceiros". 

No entanto, não haverá uma oficialização da entrada destes países durante a cúpula, já que a partir desta definição, a presidência russa passa a realizar consultas com os países parceiros para oficializar a adesão. O grupo dos países convidados como "Estados parceiros" é: Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda.

De acordo com fontes diplomáticas da delegação brasileira em Kazan ouvidas pela reportagem do Brasil de Fato, a Venezuela ficou fora da lista por conta de um veto do Brasil, apresentado durante as negociações preliminares da cúpula.   
 

Edição: Rodrigo Durão Coelho