O assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, declarou nesta terça-feira (22) que 13 Estados estão disputando o status de países parceiros do Brics. Ele afirmou que a questão da confirmação desses status é objeto das consultas em curso entre os líderes.
"Este é o assunto de consultas entre as delegações dos nossos países, então tudo isso será considerado pelos líderes. Agora, para ser sincero, são 13 (candidatos ao status de países parceiros)", disse Yuri Ushakov, citado pelo canal russo Pervyi Kanal.
O assessor presidencial de Putin não especificou quais países eram estariam nesta lista.
Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que 30 países estariam dispostos a aderir ao Brics ou cooperar de uma forma ou de outra com a organização.
Na última segunda-feira (22), Yuri Ushakov havia informado que o mecanismo de concessão do status de Estado parceiro seria discutido na cúpula. "Isto é muito importante, esperamos que estas modalidades de 'Estado parceiro' sejam finalmente acordadas, e então ficará claro quem e como convidar para a cooperação no Brics nas próximas fases", explicou.
Já o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, em uma entrevista publicada no site da chancelaria, destacou que a entrada plena de novos membros no Brics não está na agenda deste ano.
De acordo com Ryabkov, que é sherpa russo no Brics, "desde 1º de janeiro de 2024, a associação Brics expandiu-se quase duas vezes e aqueles que acabaram de aderir ainda não se instalaram totalmente", explicou o vice-ministro, em entrevista ao jornal sérvio Politika, publicada no site do ministério russo.
"Combinar uma maior expansão com a eficácia do trabalho prático não é fácil. Não estou tentando diminuir o interesse na aproximação com os Brics, mas estou simplesmente falando da situação real", afirmou.
"Respeitamos as aspirações da Turquia de aderir ao Brics e estamos satisfeitos que o presidente (da Turquia) Erdogan venha a Kazan. Continuaremos discussões aprofundadas com colegas turcos e, claro, dentro do Brics, sobre como abordamos um longo lista de países que declararam o desejo de aderir à associação", acrescentou Ryabkov.
Venezuela
O primeiro dia da cúpula também foi marcado por muita especulação sobre os países que poderiam entrar no Brics como parceiros do grupo. Em particular, foi veiculado na mídia que o Brasil teria desaprovado a candidatura da Venezuela como novo país parceiro do grupo. A delegação brasileira em Kazan, liderada pelo Chanceler Mauro Vieira, não falou nada oficialmente.
Já o assessor especial de política externa de Lula, Celso Amorim, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que "talvez ainda não seja possível chegar a uma conclusão", destacando que não há um "julgamento moral e nem político" sobre a Venezuela.
"Não estou preocupado com a entrada ou não da Venezuela, não estamos fazendo julgamento moral e nem político sobre o país em si. O Brics tem países que praticam certos tipos de regime, e outros tipos de regime, a questão é saber se eles têm capacidade, pelo seu peso político e pela capacidade de relacionamento, de contribuírem para um mundo mais pacífico", disse Amorim.
Anteriormente, fontes diplomáticas ouvidas pela reportagem do Brasil de Fato declararam que havia uma resistência do Brasil sobre a entrada da Venezuela no grupo de parceiros do Brics durante as negociações preliminares à cúpula.
Edição: Nicolau Soares