Em clima de torcida organizada, aconteceu o primeiro debate televisivo de segundo turno na Band. As candidaturas de direita de Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) buscaram debater os rumos de Curitiba diante da tensão das pesquisas eleitorais.
No debate, Pimentel encurralou a adversária com propostas e demonstração do conhecimento da cidade. Já Cristina focou sua estratégia em discussões ideológicas.
O debate teve três blocos. No primeiro e terceiro, aconteceram confrontos diretos. Ambos tiveram 12 minutos para administrar em cada bloco. O segundo bloco aconteceu com rodadas de perguntas, com réplicas e tréplicas. O terceiro bloco foi dedicado às considerações finais.
A candidata abriu o debate falando de chantagem e ameaças aos servidores públicos pela campanha de Pimentel. "Uma pergunta que ficou sem resposta no primeiro turno”, segundo ela. A acusação foi negada por Pimentel. “Foi um ato isolado e o servidor foi demitido na hora. Eu estou indignado. Minha solidariedade a todo servidor”, disse.
Cristina reafirmou que a sua campanha é "contra o sistema" e que Eduardo Pimentel é de esquerda por usar a expressão "fake news". Já o candidato, afirmou que não é petista, mas quer ser prefeito para todos. Ele também disse que o PMB, partido de Cristina, apoia Boulos em São Paulo.
“Eu sou uma mulher que está quebrando esse sistema apodrecido com muito dinheiro público e máquina. Eu tive pouco tempo de TV e agora tenho tempo de discutir”, disse Cristina.
Transporte
“Vamos ao que interessa, ao futuro da cidade”. Eduardo Pimentel propôs debater sobre meio ambiente e transporte. Neste ponto, Cristina disse que se preocupa com as baterias de ônibus. “A gente propõe o VLT como outro modal enquanto sua gestão tem ônibus elétricos com bateria poluente”, argumentou.
Eduardo, ao citar o Plano de Governo da adversária, disse que as pessoas que moram nos bairros mais afastados do centro “vão pagar mais passagem de ônibus do que quem mora perto do centro. Ela quer acabar com a passagem única e cobrar mais de quem mora mais longe”, disse, prometendo investir em novos terminais e estruturas de ônibus.
Para Cristina, Pimentel tentou fazer uma passagem eleitoreira. Com relação aos bairros mais afastados, ela disse que vai fazer com que as pessoas não venham para o centro da cidade. “Nós vamos implementar a passagem por quilômetro rodado”, confirmou a candidata do PMB.
Pandemia, vacinas e serelepe com ChatGPT
Cristina criticou o “lockdown”, referindo-se ao isolamento social instaurado na pandemia de covid-19, e disse que muitas pessoas morreram "por não conseguir trabalhar". Eduardo, por sua vez, disse que tem responsabilidade. Na pandemia, disse ter trabalhado todos os dias na abertura de UTIs, mas “Muitas outras pessoas poderiam morrer. Eu trabalhei na distribuição das vacinas”, comentou Eduardo Pimentel.
Cristina rebateu que o candidato esteve “serelepe” pela cidade enquanto as pessoas estavam confinadas. Ela disse que tomou a vacina, mas que Curitiba errou ao “trancar as pessoas em casa”. Em sua tréplica, Pimentel afirmou que estava trabalhando para atender todas as pessoas.
Neste ponto, o candidato lembrou que a Secretaria de Saúde anunciada por Cristina “distribuía cloroquina e foi demitida” em Porto Seguro. Por fim, disse: “se a gente tiver problema de saúde e outros, você vai perguntar ao ChatGPT”, criticou, citando que 88% do plano de governo foi feito por inteligência artificial.
Pesquisas e polêmicas
Os candidatos trocaram acusações sobre a suposta manipulação de pesquisas no primeiro e segundo turno, além de denúncias de corrupção e sonegação de impostos. Também falaram de fundo eleitoral. Cristina teve sete pedidos de respostas negados pela comissão jurídica do debate.
A candidata também atacou o governador Ratinho Junior. Pimentel defendeu e diz que a sua candidatura é da paz e da união.
Saneamento básico
Perguntada sobre o tema saneamento básico, Cristina Graeml não apresentou propostas. Já Eduardo Pimentel disse “que ela não responde às perguntas porque não tem proposta. Já eu, digo que a reserva hídrica é um grande projeto que garante a água da cidade do futuro”.
Vagas em creches
“10 mil crianças fora da creche e 250 mil pessoas esperando atendimento na saúde. Indústria da multa, 17 anos para terminar a Linha Verde, falta de trincheiras e viadutos. A cidade é maquiada”, apontou Cristina, ao criticar Pimentel, que se defendeu dizendo que vai criar e construir novos equipamentos públicos.
Projetos para Mulheres e educação financeira
Como o Brasil de Fato Paraná revelou em primeira mão, o plano de governo da candidata Cristina Graeml não cita a palavra mulher. Pimentel disse que vai criar a Secretaria da Mulher e tem outras políticas para proteger e promover as cidadãs curitibanas. O candidato foi acompanhado pela Secretaria da Mulher estadual, Leandre Dal Ponte. Cristina não negou que seu plano de governo deixa de citar ações de igualdade de gênero.
Por outro lado, ela defende educação financeira para as crianças. A candidata ainda afirmou que vai fazer processo seletivo para assumir secretarias do governo municipal.
Habitação
“Eu vou gerar 20 mil habitações populares em parceria com o governo do estado e federal”, disse Pimentel. "Porque não gerou nos oito anos em que governou Curitiba? A Cohab tá devolvendo dinheiro", devolveu Cristina. Na tréplica, Pimentel perguntou “cadê as propostas?” e citou as obras feitas pela cidade, criando “15 mil novas casas, além de adotar o aluguel social permanente”.
Palestras para a população em situação de rua
A candidata disse que Curitiba abandonou as pessoas em situação de rua e que vai "dar palestras" para essas pessoas. Já o candidato disse que vai implementar o Centro Intersetorial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua - FAS-SOS. Além disso, vai construir dois CAPS e ter apoio das comunidades terapêuticas. Também falou da preocupação em recolocar as pessoas no mercado de trabalho.
O candidato ainda falou de segurança alimentar, de restaurantes populares e armazém da família.
Pré-debate
Durante coletiva de imprensa, a candidata Cristina Graeml (PMB) falou sobre como vai compor a administração pública em caso de vitória. Além de afirmar que fará processo seletivo para os cargos de gestão, Graeml mencionou a confirmação de um conselho de notáveis com pessoas voluntárias. A candidata ainda afirmou a possibilidade de nomear pessoas que não são de Curitiba.
Já Eduardo Pimentel (PSD) falou sobre estar animado para o debate. O candidato também afirmou que neste segundo turno o que definirá as eleições serão as propostas apresentadas. Eduardo ainda falou das realizações dele e de Greca, abordou as fake news de Cristina e questionou, em diversos momentos, sua falta de experiência.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Ana Carolina Caldas