defensor ambiental

Justiça condena acusado de participar do assassinato de Zé Maria do Tomé, no Ceará

Réu foi julgado 14 anos depois do crime; vítima lutava contra a pulverização aérea de agrotóxicos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Ato por justiça marcou o início do julgamento - Foto: Francisco Barbosa

Francisco Marcos Lima Barros, réu no caso do assassinato do agricultor José Maria Filho, o Zé Maria do Tomé, foi condenado a 16 anos de prisão. A sentença foi pronunciada na noite desta quarta-feira (9). A pena será cumprida, inicialmente, em regime fechado.

Líder comunitário e ativista contra a pulverização dos agrotóxicos, Zé Maria do Tomé foi assassinado na tarde de 21 de abril de 2010, após ser pego em uma emboscada no caminho para a comunidade do Sítio Tomé, onde vivia com a família, em Limoeiro do Norte (CE). Ele foi morto com 25 tiros.

Barros vivia na mesma comunidade que a vítima e é acusado de ter dado suporte na emboscada. Em 2020, o júri popular do réu foi remarcado por tempo indeterminado, após pedido da defesa, que alegou falta de tempo hábil para preparação para o julgamento e ausência de intimação pessoal.

Outros três acusados de participar do assassinato morreram antes da conclusão do caso. Os homens apontados como autores intelectuais do crime - João Teixeira Júnior, empresário, proprietário da Frutacor Comercialização e Produção de Frutas, acusado de autoria intelectual do crime; e José Aldair Gomes Costa, gerente da empresa Frutacor, que também seria autor intelectual - foram despronunciados pelo Tribunal de Justiça do Ceará. A Corte alegou falta de indícios que os conectasse ao crime.

Agora, 14 anos depois do crime, somente Barros foi condenado. O caso foi julgado no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza (CE).

Edição: Nicolau Soares