O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o fim do poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), durante coletiva de imprensa em Nova York (EUA) nesta quarta-feira (25). A declaração foi feita após a participação do chefe do Executivo na Assembleia Geral da ONU ao longo da semana.
Atualmente, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia – são os que podem barrar qualquer resolução apresentada, independentemente do número de votos favoráveis.
"O Brasil tem insistido e tentado articular com outros presidentes a necessidade de a gente renovar as Nações Unidas para que possa resolver conflitos que hoje estão simplesmente à deriva porque não tem governança global", ressaltou Lula.
"Estamos defendendo que haja uma nova conformação geopolítica para que a gente tenha a totalidade dos continentes representados na ONU, inclusive no Conselho de Segurança, acabando com o poder de veto", disse.
Citando a condenação do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no Tribunal Penal Internacional, o presidente Lula definiu como "genocídio" os ataques contra o povo palestino. "O que vemos em Israel, na Faixa de Gaza e agora no Líbano é uma coisa que não tem precedente", classificou.
"Aqui na ONU foram feitas várias tentativas de paz e cessar-fogo e ele [Netanyahu] não cumpre, simplesmente não cumpre. Por isso estamos na briga de fortalecer a ONU como um instrumento que tenha força para tomar decisão e fazer as coisas acontecerem", salientou Lula.
"A ONU teve muita força quando foi criada, para criar o estado de Israel. E agora não tem nenhuma força para criar o estado da Palestina", comparou o presidente brasileiro.
O chefe do Executivo informou que, junto com presidente da Espanha, Pedro Sánchez, convidou presidentes para discutir "a revitalização da democracia" no mundo. "Este extremismo da direita que estamos vendo, com um suporte muito grande na indústria de fake news, que está monetizada. Eu chamei os democratas para a gente discutir: onde a democracia errou?"”, expôs Lula. "É uma discussão muito séria porque considero a democracia o sistema de governo mais extraordinário que se inventou", defendeu.
A coletiva de imprensa foi concedida pouco antes de Lula embarcar de volta à Brasília, ao lado dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Edição: Thalita Pires