Mais de mil ataques israelenses mataram ao menos 356 pessoas e feriram outras 1.240 nesta segunda-feira (23) no Líbano. Entre os mortos, estão cerca de 24 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
Apesar de apelos da comunidade internacional pela redução das tensões, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, recomendou que os libaneses "se afastem de áreas perigosas" até que as forças armadas de Israel "termine sua operação no sul libanês e no Vale do Beca, no leste".
Já o premiê libanês, Najib Mikati, disse estar em vigor um "plano de destruição" contra seu país e apelou à ONU e aos "países influentes" para "dissuadir" o governo israelense desta "agressão".
Militares israelenses dizem ter atingido mais de 1,1 mil alvos no Líbano em 24h. Já o Hezbollah disse ter lançado dezenas de foguetes contra bases israelenses.
Hezbollah
O grupo islâmico xiita Hezbollah é um dos principais atores políticos do Líbano. Fundado em 1982 para resistir à invasão israelense, ele recebe desde o início apoio do Irã.
Mistura de partido político e guerrilha, o Hezbollah é solidário ao Hamas na Faixa de Gaza e vem lançando ataques ao norte de Israel desde o início do massacre palestino, em 7 de outubro do ano passado.
Na semana passada, o grupo foi surpreendido quando milhares de pagers e walkie talkies explodiram remotamente no Líbano. O Hezbollah havia escolhido essas tecnologias obsoletas para evitar rastreamento, mas suspeita-se que o serviço secreto israelense tenha conseguido acesso aos aparelhos e esteja por trás do ataque que matou dezenas e deixou milhares feridos.
Israel diz que os ataques no Líbano seriam necessários para permitir a volta da população israelense que deixou suas casas em outubro do ano passado. Militares de Israel disseram nesta segunda-feira que o número 3 do Hezbollah, Ali Karake, seria um dos alvos dos ataques. O Hezbollah diz que ele não foi ferido.
Retórica
Enquanto milhares de famílias libanesas congestionam as vias de acesso - tentando deixar áreas do sul do país - a comunidade internacional pede pelo fim da espiral de violência.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, está "muito preocupado com a escalada da situação e com o grande número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças" no Líbano, declarou seu porta-voz, Stéphane Dujarric, nesta segunda.
O presidente dos EUA, Joe Biden, reiterou nesta segunda-feira que está “trabalhando para conseguir uma desescalada”. Os EUA, no entanto, disseram que vão enviar mais militares para a região, que vão se somar aos cerca de 40 mil soldados estadunidenses no Oriente Médio.
Já a China apelou aos seus cidadãos para que deixem Israel “o mais rapidamente possível”.
Edição: Rodrigo Durão Coelho