GUERRILHAS

Gustavo Petro diz que Colômbia 'praticamente' encerrou diálogos com ELN depois de atentado

Governo disse que grupo guerrilheiro foi responsável por um ataque que usou um caminhão com explosivos

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
A declaração de Petro indica fim das negociações entre o governo e o grupo guerrilheiro que completavam dois anos - Juan BARRETO / AFP

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta terça-feira (17) que os diálogos com o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN), estão “praticamente” encerrados. A declaração do mandatário foi feita depois de um ataque realizado à base militar de Puerto Jordán, no estado de Arauca, que deixou dois mortos e 27 feridos. Segundo o governo, os ataques foram realizados pelo grupo guerrilheiro com um caminhão com explosivos. 

“Estamos diante de um acontecimento dramático, repetido nos nossos últimos anos: um camihão basculante carregado de explosivos que fere 27 jovens e mata dois, colocados pelo ELN, com quem falávamos de paz. Esta, obviamente, é uma ação que praticamente fecha com sangue um processo de paz”, afirmou Petro 

A Oitava Divisão do Exército Nacional publicou uma nota afirmando que 21 soldados foram atingidos por estilhaços da explosão e duas pessoas foram presas. Em nota, o Exército disse que o ataque foi realizado perto de uma escola e “colocou a vida de crianças em risco”.

A declaração de Petro encaminha para um encerramento das negociações entre o governo e o grupo guerrilheiro que completavam dois anos. O diálogo permanente com os grupos armados foi implementado pelo presidente colombiano desde o início do seu mandato em 2022. O mandatário transformou a "Paz Total" em política de Estado a partir da aprovação da lei 418, que firma o compromisso do Estado colombiano em manter contato para negociar o fim dos confrontos entre esses grupos.

Com o ELN o governo havia estabelecido um cessar-fogo no começo do ano até agosto, mas a medida não foi renovada. A última reunião entre os dois também foi realizada em Caracas, em maio. Após o encontro, as duas partes concordaram em ampliar a participação popular nas conversas pelo fim dos conflitos armados.

O objetivo é que as comunidades participem de forma ativa dos diálogos para a paz no país para um Grande Acordo Nacional para a "superação do conflito social, político, econômico e armado". Além do ELN, Petro negociava com o Estado-Maior Central (EMC), a Segunda Marquetalia e outros grupos para tentar pacificar o território. 

Nos últimos meses, o presidente colombiano tem enfrentado atos violentos de alguns grupos. Em julho, ele determinou troca no comando do Exército do país e a instalação de um Conselho de Segurança permanente no Estado de Cauca. As medidas foram tomadas depois de dois ataques no sudoeste do país. Segundo o governo, nove pessoas ficaram feridas e dois policiais morreram em ações do grupo Estado Maior Central (EMC), grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Edição: Rodrigo Durão Coelho