O governo federal enviou um grupo da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para conter os incêndios florestais que atingem a faixa de fronteira com a Bolívia, de acordo com edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (9).
Os 37 bombeiros militares da FNSP devem seguir em ação humanitária até o dia 17 de setembro para combater o fogo que pode atingir também o Pantanal brasileiro. No mesmo grupo, estão 25 efetivos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
Os militares farão sobrevoos e analisarão mapas de satélites para identificar os focos de incêndio que se encontram ao longo da faixa de fronteira com os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A missão conjunta com o governo da Bolívia também terá caráter preventivo a fim de evitar que novos focos de incêndio atinjam o território brasileiro.
De acordo com o governo, dos 112 incêndios registrados nas últimas semanas na região do Pantanal, 18 estão ativos, 23 estão controlados pela força-tarefa liderada pelo Centro de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo/Ibama) e 71 foram extintos.
Situação preocupante
O governo boliviano informou que 2,9 milhões de hectares em 20 municípios das regiões de Santa Cruz, Beni e Pando foram atingidos por incêndios florestais. Na última quinta-feira (5), a prefeitura de La Paz, capital da Bolívia, disse que a qualidade do ar no município é muito preocupante, situação causada pelas queimadas que estão devastando diversas regiões do país.
Desde o dia 8 de abril, brigadas médicas e equipes de resposta rápida do Ministério da Saúde da Bolívia atenderam cinco mil pessoas afetadas, entre população civil e encarregados de conter as chamas, nos departamentos de Santa Cruz, Beni e Pando. De acordo com relatório oficial do Ministério, as doenças mais frequentes relatadas são: dor de cabeça, esgotamento por calor, conjuntivite e resfriados.
O Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil monitora os focos ativos de incêndios nos países sul-americanos desde 1998 e relatou 25.913 focos de calor no país em agosto, maior notificação em 14 anos e três vezes maior que a média histórica de 8.360.
A ação na fronteira com a Bolívia está sendo coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e chefiada por especialista em desastres do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR).
De acordo com o governo, o comando da missão atuará em coordenação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculados ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Edição: Nathallia Fonseca