Paralimpíadas

Jogos Paralímpicos: Rússia terá 88 atletas participando sob status neutro

Número de atletas russos é significativamente maior do que nas Olimpíadas, que tiveram apenas 15 competidores do país

Brasil de Fato | São Petersburgo (Rússia) | |

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Anéis olímpicos exibidos na Torre Eiffel antes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024, em Paris, em 20 de julho de 2024. - Luis Robayo/AFP

A 17ª edição dos Jogos Paralímpicos de Verão Paris 2024 começa nesta quarta-feira (28) e a Rússia terá 88 atletas de seu país participando da competição, seis vezes mais do que o número de competidores russos que participaram dos Jogos Olímpicos que terminaran duas semanas atrás. 

No entanto, assim como nas Olimpíadas, os atletas russos terão que competir sob bandeira neutra, pelo banimento que o país sofreu devido à guerra da Ucrânia. As medalhas dos atletas não serão levadas em consideração na classificação geral e eles deverão competir com cores e hinos neutros impostos pelo Comitê Paralímpico Internacional.  O banimento da participação oficial da Rússia se estende para Belarus, país aliado direto de Moscou no conflito ucraniano.

Apesar das restrições, um número significativamente maior de atletas foram liberados para os Jogos Paralímpicos. Nas Olimpíadas, apenas 15 atletas russos estiveram em Paris. 

Para efeitos de comparação, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, havia quase três vezes mais atletas paralímpicos russos (241 no total). Na ocasião, a seleção russa conquistou o recorde de 118 medalhas para o país (36 de ouro, 33 de prata e 49 de bronze). Na classificação final de medalhas, os russos ficaram em quarto lugar, confirmando sua condição de uma das seleções paralímpicas mais fortes do mundo.

Em Tóquio, os atletas paralímpicos russos participaram de 19 modalidades; em Paris, em apenas cinco: atletismo, tênis de mesa, natação, triatlo e taekwondo.

Ao mesmo tempo, os atletas em condição de status neutro também não podem participar das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Paralímpicos, apenas como espectadores. A delegação russa optou por não comparecer à cerimônia de abertura desta quarta-feira (28). 

"Não estaremos na cerimônia de abertura dos Jogos, embora tenhamos a oportunidade de estar presentes como espectadores. Algumas pessoas já começam no dia seguinte e a cerimônia geralmente termina tarde. Nem todos os nossos atletas já compareceram a este evento. E quanto à cerimónia de encerramento, discutiremos esta questão mais perto do final dos Jogos, dependendo da situação. Por enquanto, outras coisas são prioridade", disse o presidente do Comitê Paralímpico Russo, Pavel Rozhkov.

Repetindo as restrições que ocorreram em julho, a comissão organizadora dos Jogos Paralímpicos também recusou o credenciamento de jornalistas russos para cobrir a competição. De acordo com a agência Tass, quatro representantes do veículo tiveram o credenciamento negado sem que fossem explicados os motivos para a decisão.

O banimento da Rússia e de Belarus gerou questionamentos sobre a isonomia do COI. Proibições semelhantes aconteceram na história das Olimpíadas, como os casos da Alemanha após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, e da África do Sul no período do apartheid. No entanto, os EUA, por exemplo, nunca sofreram sanções do COI em casos de invasões e guerras em outros países ao longo da História. E, no caso dos Jogos de Paris 2024, o Comitê Olímpico Palestino (COP) pediu ao COI a "imediata exclusão de Israel das Olimpíadas" pelo massacre em curso na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 39 mil palestinos mortos.

Edição: Rodrigo Durão Coelho