Genocídio

Chefe do Comitê Olímpico Palestino é detido por Israel ao voltar de Paris

Político de 71 anos foi retido após retornar dos Jogos Olímpicos de Paris e teve passaporte confiscado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Jibril Rajoub, presidente da Associação Palestina de Futebol e do Comitê Olímpico Palestino com membros e atletas da delegação palestina no aeroporto Charles-de-Gaulle, França. - Ahmad GHARABLI / AFP

O chefe do Comitê Olímpico Palestino, Jibril Rajoub, foi detido por forças policiais israelenses na última terça-feira (13) ao retornar de Paris para a Cisjordânia. A informação foi confirmada pela agência de notícias palestina WAFA.

Rajoub foi preso na fronteira de Karama/King Hussein, perto de Tel Aviv, revistado pelas forças israelenses e teve o seu passaporte palestino confiscado.

Ele é membro do maior partido da Autoridade Palestina, o Fatah. Após ser interrogado por uma hora, ele foi detido por outra hora e só então teve o passaporte devolvido e foi autorizado a cruzar a fronteira.

Policiais também entregaram a Rajoub uma ordem de comparecimento perante o órgão de inteligência israelense no centro de detenção Ofer, para continuação da investigação, na próxima quinta-feira (15). O pedido dos oficiais foi recusado pelo chefe do Comitê Olímpico da Palestina.

O político de 71 anos foi abordado ao retornar dos Jogos Olímpicos de Paris e recebeu ameaças de autoridades israelenses após pedir o banimento de Israel de torneios e competições internacionais pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). O pedido havia sido formalizado em 22 de julho, durante o período das Olimpíadas.

Rajoub, que também é presidente da Associação Palestina de Futebol, solicitou suspensão da seleção israelense por parte da FIFA (Federação Internacional de Futebol). A determinação do pedido foi adiada para o dia 31 de agosto.

Israel banida das Olimpíadas?

O pedido de Jibril Rajoub para o banimento de Israel do COI e da FIFA foi feito durante os Jogos Olímpicos por diversos movimentos populares e possui precedentes nas duas instituições. A Rússia, por exemplo, foi banida dos Jogos Olímpicos de 2024, sob justificativa de sanção pela guerra da Ucrânia.

Os 15 atletas russos que foram ao evento foram proibidos de atuar com os símbolos nacionais e só puderam fazer parte da cerimônia sob uma bandeira de cor especial e uma designação de "atletas individuais neutros". Também foi designado um "hino" específico para tocar na cerimônia e nas premiações dos "atletas neutros".

Além disso, desde 2022, a Federação Russa também foi proibida de participar de eventos desportivos realizados pela FIFA.

Em outro caso, em 1961, a FIFA baniu a África do Sul devido ao Apartheid, decisão seguida pelo COI em 1970.

*Com Monitor do Oriente Médio

Edição: Lucas Estanislau