GENOCÍDO

Israel aumenta a violência na Cisjordânia e Netanyahu reclama de sanções dos EUA contra colonos

Militares israelenses admitem não ter impedido ataque de colonos a palestinos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
Palestina chora na Cisjordânia após ataque de Israel nesta quarta-feira - Jaafar ASHTIYEH / AFP

Enquanto Israel vem aumentando o nível de violência contra palestinos na Cisjordânia, o premiê do país, Benjamin Netanyahu, reclamou das sanções impostas pelos Estados Unidos aos colonos judeus no território ocupado. Comunicado divulgado por seu gabinete nesta quarta-Feira (28) classificou a medida estadunidense contra os colonos - que são considerados ilegais pelas leis internacionais - como "muito graves".

"Israel considera muito grave a imposição das sanções contra cidadãos israelenses. A questão é objeto de intensas discussões com os Estados Unidos", disse o texto. Os EUA anunciaram nesta quarta-feira novas sanções aos colonos israelenses na Cisjordânia e fez um apelo a Israel para que lute contra estes grupos "extremistas acusados de alimentar a violência sobre palestinos no território".

"A violência dos colonos extremistas na Cisjordânia provoca um intenso sofrimento humano, prejudica a segurança de Israel e compromete as perspectivas de paz e de estabilidade na região", declarou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, em comunicado.

"É essencial que o governo israelense exija que os indivíduos e as entidades responsáveis pela violência contra os civis na Cisjordânia sejam responsabilizados", acrescentou.

A medida afeta, sobretudo, a organização governamental Hashomer Yosh e seus dirigentes acusados de fornecerem apoio material à colônia não autorizada pelo governo israelense de Meitarin, na Cisjordânia, segundo o Departamento de Estado. O grupo Yitzhak Levi Filant, considerado o coordenador de "segurança" da colônia de Yitzhar também foi sancionado. 

Admissão de fracasso

O Exército israelense admitiu, nesta quarta-feira (28), que falhou em impedir o ataque de colonos judeus a uma aldeia palestina na Cisjordânia ocupada em meados de agosto, um incidente que gerou protestos internacionais.

O general da divisão Avi Bluth classificou o ataque contra a aldeia de Jit, que deixou um morto, como um "ato terrorista muito grave".

"O caso não está encerrado e não se encerrará até que os autores compareçam perante a Justiça", acrescentou o oficial, citado em um comunicado do Exército referente a um relatório militar sobre o ataque.

A investigação relata que "cerca de 100 israelenses encapuzados" queimaram várias casas e automóveis em Jit no dia 15 de agosto e que as tropas demoraram pelo menos 12 minutos para chegar ao local.

Violência

A Cisjordânia viu nessa quarta-feira (28) a maior operação militar de Israel em uma década. Em bombardeios noturnos a quatro cidades, nove pessoas foram mortas nas cidades de Jenin, Nablus, Tubas e Tulkaren

A violência aumentou na Cisjordânia durante o conflito de Gaza, desencadeado pelos ataques sem precedentes do grupo islamista Hamas contra Israel em 7 de outubro. Mais de 40 mil palestinos já foram mortos desde essa data na Faixa de Gaza. 
 

Edição: Rodrigo Durão Coelho