Nesta quarta-feira (28), a Polícia Federal argentina reprimiu o protesto de aposentados contra o veto do presidente de extrema direita Javier Milei à reforma dos valores de aposentadoria na frente do Congresso do país com gás lacrimogênio e bastões policiais.Os protestantes eram, em sua maioria, associados a União de Trabalhadores Aposentados.
"Atiraram gás em nossos olhos. É uma loucura, muito triste", declarou uma aposentada presente na manifestação.
Após uma hora do início do protesto, os policiais começaram a empurrar os aposentados e outros manifestantes para que subissem a rua em direção à Plaza de Mayo. Em seguida, começaram a golpeá-los com gás de pimenta e bastões.
O protesto faz parte de uma série de atividades que acontecem todas as quartas-feiras em frente ao Congresso argentino. Os encontros reivindicam mudanças no setor de aposentadoria do país, mas neste dia tiveram uma participação maior em consequência ao veto de Milei a um aumento no valor da aposentadoria.
Veto total
No último dia 22 de agosto, o Senado argentino aprovou, por ampla maioria, a reforma dos valores da aposentadoria do país, sendo uma das três derrotas sofridas pelo governo ultraliberal do presidente Javier Milei na última semana.
A aprovação ocorreu por 61 votos a favor e apenas oito contra, e já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados.
No entanto, Milei já havia dito que, se aprovada, a medida seria vetada por ele, reforçando a postura de corte de gastos sociais do governo, que vem gerando uma profunda crise tanto econômica como social.
A inflação do país, que acumulou 70% entre os meses de dezembro e março, prejudicou muito a aposentadoria argentina. O reajuste pretendia conter a perda ao atualizar mensalmente o valor com base em dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), além de incorporar uma quantia extra de 8,1% para compensar a perda dos primeiros quatro meses do mandato de Milei.
O veto de Milei pode ser derrubado pelo Senado. Isso porque o projeto passou pela Câmara, aprovado por mais de 2/3 dos deputados. Para os senadores derrubarem o veto, é necessária nova aprovação por dois terços.
*Com Tiempo Argentino
Edição: Rodrigo Durão Coelho