Nesta quinta-feira (23), último dia da Convenção Democrata que oficializa a candidatura da vice-presidente Kamala Harris para as eleições de novembro nos Estados Unidos, novos protestos estão previstos ao redor do United Center em Chicago.
"Esperamos para hoje um protesto bem maior, com mensagens consistentes demandando boicote de armamentos e cessar-fogo permantente. Estamos organizando ônibus de toda a região de Chicago, diversas organizações islâmicas e muçulmanas", disse ao Brasil de Fato o ativista Nino Brown da coalizão Answer.
Os protestos pró-Palestina marcaram a Convenção Democrata desde o primeiro dia. Na segunda-feira (19), quase 30 delegados que integram o movimento "Não Comprometidos" se posicionaram contra o governo Biden-Harris por apoiar o massacre de Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza.
Asma Mohammed, delegada de Minnesota, disse que está decepcionada com a ausência de uma voz pró-palestina na convenção e teve uma opinião dissonante na despedida simbólica de Biden. "Acho que o partido precisava de uma mudança. Não fico triste com a saída de alguém que apoiou descaradamente um regime genocida em Israel", disse.
Quase mil pessoas protestaram na segunda-feira no centro de Chicago contra o genocído palestino cometido por Israel em Gaza, que deixou mais de 40 mil mortos.
Convenção
Kamala Harris terá sua grande noite após três dias de discursos de nomes influentes do Partido Democrata, que expressaram total apoio a sua candidatura.
Na terça-feira, Barack e Michelle Obama estiveram presentes para referendar a candidatura de Harris. "Sim, ela pode", afirmou Barack Obama, aplaudido pela multidão, uma adaptação do slogan que marcou sua campanha para a presidência em 2008.
Na quarta-feira à noite, o ex-presidente Bill Clinton, veterano de mais de 10 convenções, também defendeu o voto em Kamala.
"Em 2024, temos uma opção muito clara, parece: Kamala Harris – que é alguém pelo povo – ou o outro cara que provou (...) que só está focado nele", disse, em uma referência indireta a Trump.
"Quando ela era estudante, trabalhava no McDonald's. Lá, ela cumprimentava cada pessoa com aquele sorriso de um milhão de dólares e perguntava: 'Como posso ajudá-lo?'. Agora, no topo do poder, ainda pergunta 'Como posso ajudá-lo?'", acrescentou.
Trump também estará nesta quinta-feira em um comício no Arizona, na fronteira com o México, onde tentará atacar Harris na questão da imigração ilegal.
Após o discurso desta noite, quando aceitar a indicação presidencial democrata durante a convenção, Harris terá 75 dias para convencer os estadunidenses a votarem nela em 5 de novembro. Segundo o portal Five Thirty Eight, a democrata tem uma vantagem de 3,3 pontos sobre o republicano na média das pesquisas.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito