A Ucrânia anunciou nesta quarta-feira (14) que assumiu o controle de 74 assentamentos na região russa de Kursk, completando mais de uma semana de operação ofensiva em território russo. A incursão ucraniana em Kursk vem causando evacuações e confrontos dentro da Rússia.
O governador da região russa de Kursk, Alexey Smirnov, admitiu na última segunda-feira (12) que as Forças Armadas da Ucrânia controlam 28 assentamentos em sua região.
Durante uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, "a profundidade de penetração no território da região de Kursk é de 12 quilômetros, a largura ao longo da linha de frente é de 40 quilômetros", afirmou.
Já as Forças Armadas Ucranianas haviam anunciado anteriormente ter tomado o controle de 1.000 quilômetros quadrados do território russo.
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De acordo com o comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Alexander Syrsky, os combates continuam em toda a linha de frente. "A situação, apesar da alta intensidade das hostilidades, está sob controle", disse ele.
Ao informar sobre a situação ao presidente Volodymyr Zelensky, Syrsky também afirmou que as forças ucranianas teriam tomado a cidade Sudzha, região central de Kursk. Autoridades militares russas negam ter perdido o controle da cidade.
De acordo com vice-chefe da direção político-militar das Forças Armadas da Rússia, general Apti Alaudinov, unidades do exército russo permanecem em Sudzha, onde acontecem confrontos diários. Ele negou as Forças Armadas Ucranianas teriam controlado.
"Hoje existem unidades do Ministério da Defesa russo em Sudzha e há um inimigo ao redor e em algumas partes da cidade. Há confrontos ativos lá todos os dias. O inimigo não pode dizer que controla completamente Sudzha, porque ele realmente não a controla", disse Alaudinov.
O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, declarou nesta quarta-feira (14) que Moscou repeliu seis ataques das Forças Armadas Ucranianas na região de Kursk.
Ao reagir à incursão ucraniana, Putin afirmou que o objetivo do ataque em Kursk por parte de Kiev é tentar melhorar as posições de negociação no futuro, interromper a ofensiva das tropas russas em Donbass e desestabilizar a situação política interna na própria Rússia. Putin acrescentou que "o inimigo receberá uma resposta digna e todos os objetivos que a Rússia enfrenta serão alcançados".
Edição: Rodrigo Durão Coelho