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Forças Armadas da Venezuela rechaçam 'pedido de golpe' da oposição

Extrema direita havia pedido 'desobediência' de militares e autoproclamado Edmundo González; eleição ocorreu 28 de julho

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Comandantes das Forças Armadas fizeram pronunciamento em todo o país para reforçar resultado das eleições - Ministerio Defensa

As Forças Armadas da Venezuela responderam nesta terça-feira (6) o comunicado da oposição que pedia uma “desobediência dos militares” para “respeitar o resultado” das eleições. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, disse que esse movimento foi um "pedido de golpe". Em nota, o candidato derrotado nas eleições venezuelanas Edmundo González Urrutia se autoproclamou "presidente eleito" do país e voltou a afirmar, sem provas, que o presidente reeleito, Nicolás Maduro, não teve mais de 30% dos votos.

Comandantes de batalhões de todo o país fizeram um pronunciamento conjunto “rejeitando categoricamente” a nota da oposição.

“Hoje, os que pretendem se colocar como democratas têm uma longa e obscura trajetória como promotores de ações radicais e absolutamente inconstitucionais e antidemocráticas. Contrárias a todas as leis. Essas ações incluem pedidos de intervenção militar no território. A união cívico-militar garante a paz da República. Como nunca antes, estamos unidos em função dos grandes objetivos da nossa nação”, afirmou o ministro.

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Ele também disse que os movimentos da oposição pretendem dar um “golpe de Estado montado”. No comunicado, o ministro também defendeu o processo eleitoral venezuelano e disse que as Forças Armadas ajudaram em todos os preparativos, desde a montagem de instalações físicas até o transporte do material eleitoral. 

O texto também reforça a vitória de Nicolás Maduro no pleito de 28 de julho e afirma que as Forças Armadas são “leais” ao presidente. López terminou o discurso com o lema que é usado pelos militares venezuelanos: “Chávez vive, a pátria segue. Leais sempre, traidores nunca”. 

No pronunciamento, o ministro cita a nota da oposição que pede que os integrantes das Forças Armadas e dos corpos policiais “não reprimam o povo, mas que o acompanhe”. O texto assinado por Edmundo González Urrutia e pela ultraliberal María Corina Machado faz um chamado para que familiares de militares “exijam” que os combatentes “desobedeçam as ordens”. O documento termina com a autoproclamação de Edmundo como presidente.

A oposição não reconhece o resultado, mas também não apresenta provas e nem recorre a Justiça para questionar o pleito. Segundo este grupo, Edmundo teria recebido 67% dos votos. A oposição de extrema direita afirma ter recolhido de 70% das atas e que isso garantiria a vitória do ex-candidato pela Plataforma Unitária.

Mas o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), anunciou a vitória de Maduro em 28 de julho com 80% das urnas apuradas e, cinco dias depois, atualizou os dados. Segundo o órgão, o mandatário recebeu 6,4 milhões de votos (51,97%) contra 5,3 milhões (43,18%) do opositor Edmundo González com 96,87% das urnas apuradas.

Edição: Lucas Estanislau