DISCURSO DA VITÓRIA

Maduro celebra vitória e responde oposição: 'Que respeitem a decisão de 28 de julho' 

Opositora Maria Corina não aceita derrota e diz que venceu 'com 70% dos votos'; EUA pedem recontagem

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Maduro discursou para uma multidão após o anúncio da vitória - AFP

O presidente Nicolás Maduro foi reeleito neste domingo para um terceiro mandato no governo da Venezuela com 51,2% dos votos. Em discurso depois do anúncio do resultado, ele celebrou a vitória e disse que a oposição quis sabotar o processo do começo ao fim.

Em um palco dentro do palácio presidencial de Miraflores, grupos musicais o receberam com canções em sua homenagem, diante de centenas de militantes. Todos vestiam jaquetas esportivas com a frase "Ganhou meu galo pinto", em referência ao apelido com o qual o mandatário se identificou nos últimos meses: um galo forte, de briga, para se contrastar com González, a quem ele pintava como fraco. 

"Vamos Nico, vamos Nico!", gritavam.

"Posso dizer diante do povo da Venezuela e do mundo: sou Nicolás Maduro Moros, presidente reeleito da República Bolivariana da Venezuela", declarou desde o palco, onde estava acompanhado por sua esposa Cilia Flores e outros dirigentes chavistas.

"Haverá paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito à lei", enfatizou.

Maduro também reforçou a denúncia do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sobre um ataque hacker contra o sistema eleitoral. "A procuradoria-geral da República é o Ministério Público vão investigar e acusar os responsáveis. Mas já sabemos de que país veio". Elvis Amoroso, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, também denunciou uma "agressão contra o sistema de transmissão de dados que retardou" a contagem.

No discurso, não faltaram farpas ao presidente argentino, Javier Milei, que havia afirmado antes da divulgação dos resultados que Buenos Aires "não vai reconhecer outra fraude" e pediu que militares venezuelanos "defendam a democracia e a vontade popular", eufemismo para um Golpe de Estado.

"Javier Milei não aguenta um round comigo", disse Maduro, arrancando aplausos da multidão. 

Oposição

Mas a líder da oposição, María Corina Machado, não aceitou a derrota e reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia. Ela chegou a afirmar - sem apresentar provas -, que seu candidato, Edmundo Gonzáles Urrutia havia "obteve 70% dos votos e Nicolás Maduro 30%. Esta é a verdade", disse ela.

Corina convocou seus fiscais a permanecerem nas seções eleitorais até que sejam disponibilizadas as atas eleitorais. A Justiça eleitoral venezuelana diz que 54% das urnas sejam auditadas e a oposição diz ter tido acesso a apenas 30% delas. 

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, pediu a uma recontagem "justa e transparente". "Chamamos as autoridades eleitorais a publicar a recontagem detalhada dos votos para garantir a transparência e a prestação de contas", disse Blinken em um comunicado.

Maduro, foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos. Após 25 anos de chavismo na Venezuela, Maduro, de 61 anos e no poder desde 2013, recebeu 5,15 milhões de votos (51,2%), de acordo com o primeiro boletim oficial com 80% dos votos apurados. Ele venceu o opositor Edmundo González Urrutia, que obteve 4,45 milhões de votos (44,2%). A participação foi de 59%, segundo Amoroso. Com isso, Maduro se projeta para permanecer 18 anos no poder, até 2031.

Entre as centenas de observadores internacionais do pleito, estava uma delegação do Centro Carter  e um painel de quatro especialistas da ONU.

 

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* Com  AFP

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho