FUTURO DA VENEZUELA

Na Venezuela, Celso Amorim diz acompanhar eleições 'sem incidentes' e destaca 'participação expressiva'

Assessor especial do governo brasileiro pediu que todos os candidatos respeitem o resultado

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Mais de 21 milhões de eleitores estavam registrados para votar neste domingo (28) - Federico PARRA / AFP

O assessor especial para relações exteriores do governo brasileiro, Celso Amorim, acompanhou as eleições da Venezuela neste domingo (28). Em declaração à imprensa, ele disse que as eleições tiveram uma "participação expressiva" da população e estão "transcorrendo com tranquilidade".

Amorim afirmou que está em contato com "forças políticas e analistas", além dos observadores do Centro Carter e da ONU. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado ao longo do dia sobre os movimentos no país.

A presença de Celso Amorim no pleito venezuelano foi rodeada de expectativa, já que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cancelou o envio de especialistas para acompanhar o pleito.

A decisão da Corte Eleitoral foi tomada depois que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que as urnas eleitorais brasileiras "não são auditáveis". Em resposta, o TSE disse que não enviaria os técnicos para observar o pleito por “não admitir atos desrespeitosos que desqualifiquem” o processo eleitoral brasileiro.

Amorim chegou a Caracas na sexta-feira (26) e teve um encontro com o chanceler venezuelano, Yván Gil, além de atores da oposição.

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O presidente Nicolás Maduro disputa as eleições contra 9 candidatos de oposição. O principal deles é o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária.

No final da tarde de domingo, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, expressou apoio "à decisão do povo venezuelano". Em publicação nas redes sociais, ela disse que "apesar dos muitos desafios", continuará trabalhando por um futuro mais "democrático, próspero e seguro" para os venezuelanos.  No último pleito presidencial, em 2018, os EUA não reconheceram a eleição de Nicolás Maduro e deram apoio ao presidente autoproclamado Juan Guaidó.

Não há um horário definido para o anúncio dos resultados, mas estes costumam ser anunciados, com base nas eleições anteriores, entre 4 e 5 horas após o fechamento das urnas. Em 2006, o anúncio ocorreu às 23h19; em 2012, às 23h30; em 2013, às 00h17 e em 2018 o resultado foi divulgado às 23h20, todas de acordo com o horário de Brasília.

Eleições e democracia

O presidente Nicolás Maduro busca a reeleição para um terceiro mandato e foi votar bem cedo. Depois de depositar o seu voto, ele deu um discurso prometendo respeito ao resultado das urnas. Ele também cobrou de seus opositores o mesmo comportamento e pediu que os outros nove candidatos declarem publicamente que vão respeitar e cumprir o desejo das urnas.

"Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral e os boletins oficiais. Garantirei que sejam respeitados", disse Maduro a jornalistas.

A oposição tem como nome forte o ex-embaixador Edmundo González Urrutia. Ele, no entanto, está à sombra da ex-deputada María Corina Machado. Ela votou no colégio Elena de Bueno, na zona leste da capital. Em declaração à jornalistas, ela afirmou que a participação até às 13h era de 42,1%. Segundo ela, com esses dados a oposição deve ficar otimista 

“Isso representa mais de 9 milhões de pessoas. Se esta tendência continuar, será a maior participação numa eleição nos últimos 30 anos”, disse.

Edição: Rodrigo Durão Coelho