LUTA PELA TERRA

População não tem dimensão da importância da agricultura familiar, que leva comida à mesa, diz coordenador do MST

Diego Moreira fala sobre dia do trabalhador rural e da jornada realizada pelo movimento nesta semana em todo o Brasil

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
70% da comida que chega à casa dos brasileiros tem origem na agricultura familiar, segundo IBGE - Foto: Divulgação/MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou uma série de mobilizações pelo Brasil nesta quinta-feira (25) para marcar o Dia do Trabalhador e Trabalhadora Rural e Dia Internacional da Agricultura Familiar. Os protestos tiveram o objetivo de reafirmar a reforma agrária como política fundamental para combater a fome.

As ações integram a Jornada Nacional que acontece desde o último dia 23 e vai até o sábado, 27 de julho. Diego Moreira, integrante da coordenação nacional do setor de produção do MST, comentou sobre as atividades no jornal Central do Brasil.

"A jornada acontece em vários municípios do país, em capitais e levando ao Banco [Central] do Brasil, as prefeituras, câmaras municipais, a pauta de um Desenrola Brasil no campo para resolver o problema de endividamento das famílias assentadas; a desburocratização do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], que acabou de ser lançado no Plano Safra, para que o máximo de famílias assentadas possam ter acesso", explica.

"Hoje, o percentual de acesso é muito pequeno. Há um déficit de mais de 100 mil casas nos assentamentos a serem construídas, mais de 400 mil a serem reformadas. Então, habitação também é um tema central", pontua Diego.

De acordo com o MST, houve ocupação em sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Recife e também em Petrolina (PE). Em Caruaru, também em Pernambuco, cerca de 200 trabalhadores sem-terra ocuparam uma agência do Banco do Nordeste. No Rio Grande do Sul, cerca de 800 acampados cobraram políticas públicas.


Acampados em Porto Alegre durante ação que fez parte da Jornada, nesta quinta (25) / Foto: Rafa Dotti/MST/RS

Para Diego, as ações são importantes para também conscientizar a população da contribuição da agricultura familiar para a sociedade.

"Infelizmente ainda a população não tem a total dimensão da importância que tem a agricultura familiar, da importância que tem a produção familiar no Brasil, que de fato leva o alimento até a mesa da população", ressalta.

"Nós, do MST, os movimentos populares do campo, estamos nos propondo a continuar nessa batalha importante, que é o direito de produzir para que o alimento chegue de forma mais rápida e mais saudável na mesa do povo brasileiro. Então, que a sociedade brasileira que venha aumentando o seu nível de consciência em relação a isso", deseja o integrante da coordenação do MST.

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quinta-feira (25) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.

E tem mais!

25 de julho

Na data, também é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Com o mote "Por reparação e bem viver", marchas de mulheres acontecem em pelo menos sete capitais.

Ficou de fora

A Rússia está banida das Olimpíadas de Paris por causa da guerra com a Ucrânia. Belarus, país que é aliado da Rússia no conflito, também foi sancionado. O Kremlin critica a decisão do Comitê Olímpico Internacional e fala em discriminação por nacionalidade.

O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Nicolau Soares