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Movimentos populares cobram fortalecimento do diálogo em encontro com Lula nesta sexta (19)

Reunião acontece em espaço do Armazém do Campo, recém-inaugurado na região central de São Paulo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de reunião com 60 organizações populares de diferentes regiões do país. - Vitor Shimomura/Brasil de Fato

Representantes de entidades e movimentos populares que se reúnem na tarde desta sexta-feira (19) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Paulo (SP) querem aproveitar o encontro para destacar a necessidade de ampliação do diálogo, ao mesmo tempo em que reforçam o apoio ao governo. A reunião acontece em espaço do Armazém do Campo, recém-inaugurado na região central da capital paulista. 

Aproximadamente 60 organizações ligadas às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre elas o Movimento Sem Terra (MST) a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) participam do encontro. 

Ao Brasil de Fato, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, disse que a atividade foi fruto de solicitação feita pelos próprios movimentos. Ela reconhece avanços neste primeiro ano e meio de governo, mas diz que há espaço para mais.

"Dentro da frente ampla que elegeu o Presidente Lula, nós temos uma missão de conseguir avançar em direitos sociais, elevar a consciência da população e pensar um trabalho conjunto do campo popular para conseguir defender um Brasil forte e soberano", apontou.

Enquanto aguardava o início da reunião, o educador Douglas Belchior, co-fundador da Uneafro e da Coalizão Negra, destacou que o encontro desta tarde é uma oportunidade para ampliar a relevância dos movimentos populares perante as instâncias decisórias do governo.

"Movimentos sociais têm menos importância durante os governos do que antes deles. A gente precisa colocar isso na mesa. Os movimentos precisam do governo e precisam do Lula, e o Lula precisa entender que ele também precisa dos movimentos", resumiu.

A diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e coordenadora geral do Sindicato Unificado dos Petroleiros de SP, DF, GO e MS (Sindipetro Unificado), Cibele Vieira, diz que a frente ampla citada faz com que este seja "um governo em disputa". Por isso, é preciso buscar espaços.

"Faz parte do papel dos movimentos sociais conseguir chamar atenção, reivindicar as pautas populares. É isso que representa o dia de hoje: apoiamos o governo, mas seguimos fazendo nosso papel como movimento social e sindical", destacou.

O frei Sérgio Antônio Görgen, que atua como dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina Brasil, também reitera a importância de um diálogo fortalecido.

"Um governo que dialoga é um governo que vai acertar. Já está acertando muito e vai acertar mais. É preciso que esse diálogo seja permanente, que chegue nas bases sociais, que precisam tomar uma posição muito forte para o futuro do Brasil não ser bloqueado de novo pelo fascismo", concluiu.

Edição: Nathallia Fonseca