Mesmo com as adversidades climáticas enfrentadas pelos agricultores do Rio Grande do Sul, todas as principais culturas do estado têm estimativas de aumento de produção quando comparadas com o ciclo anterior. É o que aponta o 10º levantamento de grãos divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O estado é o terceiro que mais produz grãos no país e deve colher 37,1 milhões de toneladas na safra 2023/2024, o que representa um aumento de 34,5% em relação à safra 2022/2023, que foi de 27,58 milhões de toneladas. A área plantada no território gaúcho soma 10,4 milhões de hectares, uma elevação de 1,1%.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou a relevância do estado na produção agrícola nacional em meio às dificuldades. "Ano passado, em função das questões climáticas, o Rio Grande do Sul saiu de segundo para quinto lugar na produção nacional. E agora o estado está se recuperando. Passa de novo a ocupar o terceiro lugar na produção agrícola nacional."
Considerada uma das maiores safras de soja da história do RS, a previsão é que o estado colha 19,65 milhões de toneladas da oleaginosa, uma alta de 51%, numa área total de 6,76 milhões de hectares. A Conab estima ainda um aumento de 30% na produção de milho, com previsão de 4,85 milhões de toneladas; de 44,5% na de trigo, com 4,19 milhões de toneladas; de 3,3% na de arroz, com 7,16 milhões de toneladas; e 1,4% na de feijão, com 71,7 mil toneladas. Em relação às áreas, o milho ocupa 814,9 mil hectares; o trigo, 1,34 milhão de hectares; o arroz, 900,6 mil hectares; e o feijão, 48,5 mil hectares.
Apesar de redução, safra nacional é a segunda maior da história
Já a safra nacional 2023/2024 deve atingir 299,27 milhões de toneladas de grãos, o que representa um decréscimo de 6,4%, ou 20,54 milhões de toneladas a menos em relação ao ciclo anterior. Apesar disso, os números indicam que esta será a segunda maior safra já colhida no país, com uma variação positiva de 0,6% ou 1,72 milhão de toneladas em relação à pesquisa do mês anterior.
O motivo, segundo a Conab, foi o avanço da colheita das principais culturas, indicando recuperação na produção, sobretudo no milho segunda safra, gergelim e arroz. Por outro lado, houve redução no milho primeira safra, feijão, trigo, algodão e soja. A pesquisa de campo foi realizada no final de junho.
Pretto celebrou a segunda maior safra agrícola da história do Brasil. "Essa notícia é muito importante para a nossa economia, é importante para o campo agrícola brasileiro, é importante para os nossos consumidores. É importante também para países mundo afora que dependem da nossa produção."
Segundo ele, os bons números mostram a força do homem e da mulher do campo, mas também a força das políticas públicas. "Nós tivemos no ano passado um Plano Safra recorde. Só foi menor do que o Safra deste ano, que traz um volume de recurso tão expressivo: R$ 594 bilhões para a agricultura empresarial e para a agricultura familiar”, destacou, lembrando o incentivo dado pelo governo federal à produção de alimentos.
A quebra observada em relação ao ciclo passado, de acordo com o levantamento, deve-se sobretudo à intensidade do El Niño. Nesta safra, explica a companhia, o fenômeno teve influência negativa no comportamento climático desde o início do plantio, chegando inclusive às fases de reprodução das lavouras de primeira safra plantadas até o final de outubro, nas principais regiões produtoras do país.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira