Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo confirmaram a greve marcada para esta quarta-feira (3) na cidade. O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) decidiu manter a paralisação em plenária realizada nesta terça-feira (2), após não chegar a um acordo com o empresariado do setor.
"Tentamos de qualquer forma evitar a greve. A gente sabe da nossa responsabilidade, que quem depende do transporte, são pobres e trabalhadores, como nós. A gente só está indo à greve porque não tem outra alternativa", afirmou Edvaldo Santiago, presidente do sindicato, durante a plenária que decidiu pelo movimento grevista.
"Houve um descaso enorme do poder público e dos empresários de ônibus, que nunca tiveram compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras. Eles estão preocupados só com o dinheiro. A gente não vai recuar mais."
No entanto, o Sindmotoristas informou que, se o empresariado apresentar uma "proposta defensável" até a meia noite desta quarta-feira, os motoristas farão uma nova assembleia pela manhã para evitar o início da greve.
O sindicato das empresas de ônibus (SPUrbanuss) ofereceu um reajuste salarial de 3,6% aos trabalhadores, mas não houve acordo.
Além de reajuste de 3,69%, os funcionários pedem mais 5% de aumento real e reposição das perdas de 2,46% desde 2020. A categoria também reivindica um aumento no Programa de Participação nos Resultados (PPR) de R$ 1.200 para R$ 2.000, vale-refeição de R$ 38 por dia, hora de almoço remunerada, seguro de vida de 10 salários mínimos, entre outros pontos.
Decisão judicial
Mais cedo nesta segunda-feira, a Justiça determinou que 100% da frota de ônibus deve estar circulando nos horários de pico, ou seja, das 6h às 9h e das 16h às 18h. Nas demais horas do dia, os funcionários poderão manter em circulação metade da frota.
Segundo a decisão do desembargador Davi Furtado Meirelles, do TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região), em caso de descumprimento, o Sindmotoristas pode pagar uma multa de R$ 100 mil. O sindicato não se pronunciou oficialmente sobre a decisão judicial.
Edição: Nicolau Soares