Genocídio

Debate nos EUA: Trump cita massacre palestino e defende que Israel 'termine o trabalho' em Gaza

Declaração foi feita no primeiro debate eleitoral; estadunidenses escolherão o próximo presidente em novembro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O governo dos Estados Unidos historicamente financia o poderio militar de Israel - Christian Monterrosa/AFP

O republicano Donald Trump chamou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de “um péssimo palestino”, que não quer ajudar Israel a “terminar o trabalho” na Faixa Gaza. A declaração foi feita durante o primeiro debate entre os presidenciáveis, na noite desta quinta-feira (27). A eleição para a presidência dos EUA será realizada em novembro deste ano.

“Joe [Biden] não percebe que Israel quer continuar e que deve deixá-los terminar o trabalho. Ele não quer fazer isso. Ele se tornou um palestino. Mas eles não gostam dele porque ele é um péssimo palestino. É um palestino fraco”, disse Trump sobre o atual presidente, que nasceu nos Estados Unidos, diferente do que o republicano afirmou. 

Ayah Ziyadeh, diretora do Americanos pela Justiça na Palestina e do Muçulmanos Americanos pela Palestina, criticou ambos os presidenciáveis em suas redes sociais. 

"Alguém pode me dizer quem é o menor dos dois males?", perguntou em seu perfil no X. "Um é abertamente racista, quer deportar todos nós e acha que Biden não está sendo genocida o suficiente. O outro mal consegue funcionar, é uma cobra e conscientemente alimentou política e financeiramente um genocídio literal por 9 meses", disse. 

O governo dos Estados Unidos historicamente financia o poderio militar de Israel. Desde o início do massacre contra os palestinos, em outubro do ano passado, quando Hamas acatou o território israelense, não tem sido diferente. 

Em 2023, foram US$ 3,8 bilhões em ajuda militar enviados por Joe Biden a Benjamin Netanyahu, de acordo com o Al Jazeera. Desse montante, US$ 500 milhões foram para financiar o sistema de defesa de mísseis israelenses. Em abril deste ano, Biden assinou uma medida de auxílio de guerra de US$ 26 bilhões para Israel. 

Logo após o início do conflito, Biden defendeu Israel. “Garantiremos que Israel tenha o que é necessário para cuidar dos seus cidadãos, cuidar de si mesmo e responder a este ataque. Não há justificativa para o terrorismo. Não há desculpa”, afirmou o presidente norte-americano. 

Pelo menos 37.765 pessoas foram mortas e outras 86.429 ficaram feridas na guerra de Israel em Gaza desde 7 de outubro do ano passado. Já em Israel, o número de mortos é de 1.139, também segundo o Al Jazeera. 

Edição: Nathallia Fonseca