Justiça

Venezuela, México, Cuba: líderes progressistas latino-americanos celebram liberdade de Assange

Fundador do Wikileaks foi solto nesta segunda-feira (24) após um acordo com a Justiça dos EUA e segue para Austrália

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ativista foi libertado nesta segunda-feira (24) - Foto: Reuters

Diversos líderes latino-americanos celebraram a libertação de Julian Assange, fundador do Wikileaks, nesta segunda-feira (24). O ativista estava preso há mais de cinco anos em Londres, no Reino Unido, acusado pelos EUA de espionagem por revelar crimes de guerra cometidos pelo país.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comemorou a soltura de Assange e disse que "a justiça sempre prevalecerá".

"É o triunfo da liberdade e da luta da humanidade pelo respeito aos direitos humanos. Assange é exemplo de coragem e valentia na batalha pela verdade", disse o presidente.

Já o mandatário mexicano, Andrés Manuel López Obrador, fez referência à Estátua da Liberdade dos EUA e disse que, "pelo menos neste caso, a estátua não ficou como um símbolo vazio, está viva e feliz como milhões no mundo".

Obrador ganhou destaque no caso de Assange quando ofereceu ao ativista asilo político no México após ele ser expulso e preso na embaixada do Equador em Londres.

A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, também de manifestou e lembrou que havia entregado as chaves da Cidade do México a Assange quando ela era chefa de governo da capital. "Celebramos hoje sua liberdade", afirmou.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que também era um dos mandatários mais ativos nos pedidos pela libertação de Assange, disse que "denunciar o massacre de civis no Iraque por parte da ação bélica dos EUA foi seu crime, e agora o massacre se repete em Gaza".

"A prisão eterna de Assange e sua tortura era um atentado contra a liberdade de imprensa em escala global", disse Petro, que convidou o ativista e sua família "para que visitem a Colômbia e façamos um ato pela verdadeira liberdade".

Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, afirmou que "o longo e cruel castigo que impuseram a Assange por suas denúncias dos crimes imperiais ficará na memória dos povos como prova do pouco que seus carcereiros acreditam na liberdade de imprensa".

Liberdade

O jornalista australiano foi liberado da prisão de segurança máxima onde estava detido há mais de cinco anos na capital do Reino Unido, Londres, nesta segunda-feira (24), e embarcou rumo ao seu país natal. A informação foi divulgada pelo site WikiLeaks, do qual Assange é fundador.

A defesa afirma que o ativista concordou em se declarar culpado em um tribunal dos Estados Unidos por revelar segredos militares, em troca da sua liberdade. O acordo encerraria assim um longo drama legal.

Assange é esperado em um tribunal das Ilhas Marianas do Norte, um território estadunidense no Pacífico. Segundo o acordo, ele se declarará culpado de conspiração para obter e disseminar informações de defesa nacional. O jornalista se opôs a ser extraditado para território estadunidense, onde sua defesa temia que ele pudesse ser condenado até à morte.

As Ilhas Marianas são um território do país no Pacífico, mais próximas da Austrália do que do continente americano. Segundo o jornal New York Times, ele comparecerá à corte da cidade de Saipan na manhã da quarta-feira (26), rumando depois, novamente a seu país natal.

Esposa de Assange, Stella Assange manifestou preocupação com a viagem de seu marido até as Ilhas Marianas do Norte entre esta segunda e terça-feira (25).  

“Precisamos de todos os olhares atentos ao voo dele caso algo dê errado”, escreveu Stella em seu perfil no X. “Julian não estará seguro até pousar na Austrália. Por favor, continuem acompanhando o voo dele.”  

Edição: Nathallia Fonseca