O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta sexta-feira (14) que o Brasil condena "de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia" e defendeu a proposta de paz apresentada pelo Brasil e pela China para resolver o conflito.
"Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar", afirmou o presidente.
O líder brasileiro participou nesta sexta-feira (14) da cúpula do G7, que acontece na Itália entre os dias 13 e 14 de junho. O evento ocorre às vésperas da cúpula de paz sobre a guerra da Ucrânia, que será realizada em 15 e 16 de junho na Suiça, sem a participação da Rússia. Já o Brasil será representado pela embaixadora na Suíça, Cláudia Buzzi.
"Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz", argumentou Lula.
Brasil e China apresentaram em maio uma proposta conjunta para que fossem realizadas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. A ideia prevê a necessidade de representação dos dois países nas conversas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, afirma que tal proposta legitima a invasão russa em seu país.
"Tem que ter um acordo. Agora, se o Zelensky diz que não tem conversa com o Putin e o Putin diz que não tem conversa com o Zelensky, é porque eles estão gostando da guerra", afirmou Lula a jornalistas nesta quinta-feira (13).
Críticas a Israel
O presidente brasileiro também reforçou as críticas à guerra que Israel promove na Faixa de Gaza, destacando as violações aos direitos humanos dos palestinos que o governo de Benjamin Netanyahu promove.
"Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça", disse o petista.
Ao comentar as perspectivas de êxito da proposta de cessar-fogo feita pelo presidente dos EUA, Joe Biden, Lula manifestou ceticismo.
"Não sei se o primeiro-ministro israelense [Benjamin Netanyahu] está interessado em que tenha sucesso, mas espero que sim. O mundo inteiro espera com ansiedade o fim da guerra e a liberação dos reféns. O povo de Gaza já sofreu o suficiente", declarou.
"O cessar-fogo deve ser o primeiro passo em direção a única saída que existe, ou seja, a criação de dois Estados independentes", completou Lula.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na última segunda-feira (10) uma resolução apresentada pelos Estados Unidos sobre um plano de cessar-fogo completo e imediato na Faixa de Gaza, incluindo a libertação incondicional de reféns e a garantia de assistência humanitária no enclave palestino.
Edição: Lucas Estanislau