Os EUA anunciaram nesta quarta-feira (12) a ampliação das sanções contra o sistema financeiro da Rússia, atingindo a Bolsa de Valores de Moscou e a sua subsidiária, o Centro Nacional de Compensação, que atua como intermediário nas transações de câmbio na bolsa.
Na decisão, o Departamento do Tesouro dos EUA alega que o presidente russo, Vladimir Putin, "tomou uma série de medidas para atrair ainda mais capital através da Bolsa de Moscou, tanto de cidadãos russos como de estrangeiros de países 'amigos', expandindo a sua capacidade de lucrar com a máquina de guerra do Kremlin através de investimentos em capitais soberanos russos. dívida e corporações russas e empresas líderes de defesa."
Em resposta, a Bolsa de Valores de Moscou anunciou a suspensão das negociações de dolares e euros, assim como as negociações do dólar de Hong Kong, alegando que esta moeda está indexada ao dólar estadunidense.
Já a partir desta quinta-feira (13), as negociações de dólar estadunidense, euro e dólar de Hong Kong na Bolsa de Valores de Moscou passam a ser suspensas e transferidas para o mercado de balcão - ou seja, fora de bolsa de valores.
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Ao mesmo tempo, o Banco Central da Rússia anunciou que a negociação em todos os outros segmentos de câmbio e em instrumentos negociados na bolsa em rublos e outras moedas será realizada normalmente.
A instituição financeira russa garantiu que "as empresas e os cidadãos podem continuar a comprar e vender dólares e euros através dos bancos russos". Segundo o Banco Central, a suspensão da negociação cambial em dólares e euros não afetará os depósitos em moeda estrangeira.
Nesta quinta-feira (13), o Reino Unido seguiu os passos dos EUA e atualizou a sua lista de sanções contra a Rússia, atingindo a Bolsa de Moscou, o Centro Nacional de Compensação e o Depositário Nacional de Liquidação, assim com a Bolsa de São Petersburgo e a companhia de seguros Ingosstrakh.
"Estamos aumentando a pressão econômica através de sanções para limitar a capacidade da Rússia de financiar a sua máquina de guerra", declarou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, citado pela Reuters.
O governo britânico alega que as instituições financeiras russas sancionadas estiveram e continuam envolvidas em beneficiar e apoiar o governo russo, fazendo negócios em setores de importância estratégica. As sanções impostas pelo Reino Unido incluem congelamento de bens e restrições aos serviços fiduciários.
As sanções ocidentais contra o sistema financeiro russo fazem a Rússia recorrer cada vez mais à participação da moeda chinesa na economia russa.
A presença do yuan nas negociações cambiais russa em maio de 2024 atingiu o recorde de 53,6%, e chegou a quase 40% nas negociações de balcão, segundo dados do Banco Central da Rússia. Para efeito de comparação, o mesmo valor para o euro é agora de cerca de 10%. A participação do yuan nos pagamentos de comércio exterior da Rússia também se aproxima dos 40%.
Edição: Rodrigo Durão Coelho