CULTURA

Companhia realiza workshop de danças de matrizes africanas em João Pessoa (PB)

Formação oferecida pela Cia. de Dança Afro Daniel Amaro ocorre nesta sexta (14) e sábado (15), no bairro Miramar

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Reprodução - Card Reprodução

A Companhia de Dança Afro Daniel Amaro chega a João Pessoa (PB) com um workshop especial de danças de matrizes africanas, liderado pelo coreógrafo e artista da dança Daniel Amaro. O evento está agendado para os dias 14 de junho (sexta-feira), às 19h; e 15 de junho (sábado), às 9h da manhã, com duração de 2h30 cada dia.

O workshop oferece uma experiência única de imersão nas tradições da dança africana, explorando três linhas fundamentais: a dança afro-brasileira, a dança originária de Benin e a dança afro-contemporânea. Daniel, que tem vasta experiência e expertise, conduzirá os participantes por um processo de pesquisa e estudo técnico, buscando entender as semelhanças e diferenças entre essas formas de expressão.


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

“É a primeira vez que vou a João Pessoa. A companhia já esteve em vários lugares neste país. No ano passado, estive no Ceará, o último lugar que passei com o workshop, e este ano então eu foquei em alguns lugares que a companhia nunca tinha passado, então estamos levando para João Pessoa, depois Natal, Rio de Janeiro e depois Belo Horizonte”, comenta Daniel.

Ele comenta o trabalho da companhia em levar três linhas e dar visibilidade para a cultura negra brasileira, não somente da dança afro-brasileira, mas também conhecer o trabalho da companhia. “Eu estou muito entusiasmado e muito ansioso - porque já sou um ser ansioso - de poder conhecer a cultura desse lugar e conhecer bem o lugar, conhecer a forma que as pessoas caminham, a forma que as pessoas dançam, que as pessoas falam porque toda essa influência eu vou levar para dentro desse workshop. É algo para mim único, um lugar tão aconchegante e fazer essa troca de conhecimento. Eu sempre vou com um esqueleto da aula pronto, mas esse esqueleto vai se modificando conforme o participante”.


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

Para ele a dança é humana e Universal: “Todo mundo que dança e que não dança, pode participar. Tem uma teoria de que todo mundo dança; eu não acredito que as pessoas não saibam dançar, inclusive aquela pessoa sentada sabe dançar”.

E ele conclui com o convite: “Eu gostaria que a comunidade, que o povo de João Pessoa, se engajasse nessa proposta, nessa ideia deste workshop e que possamos, quem sabe, todo mundo gostar, a gente conseguir agradar a todos que é difícil; e que a gente possa retornar para essa terra querida, para essas pessoas maravilhosas poder fazer outros intercâmbios sobre a cultura afro-brasileira”, comenta.


Reprodução / Foto: Arquivo Pessoal

Até o dia 25 de maio, o investimento para participar do workshop era de R$ 230, porém, após esse período, passou a ser de R$ 250. As inscrições podem ser realizadas através da chave PIX (53)984287126.

O evento, realizado em parceria com a Companhia de Dança Afro Daniel Amaro e a Companhia Elo, será na Rua Nevinha Cavalcante, 105, no bairro Miramar, em João Pessoa (PB).

Maiores informações: (53) 98428-7126.

Formulário de inscrição

Portfólio artístico

Daniel Amaro é um artista imerso no ambiente da dança de matriz africana desde a infância, quando estreou aos sete anos de idade nos salões do Clube Fica Aí com o grupo Brother Show, fundado por ele e amigos de infância, na Vila Castilhos em Pelotas. 

A partir dos anos 2000, assinou a concepção, a direção e a execução de nove espetáculos, com destaque para Tambores do Corpo (2002) e Reminiscência - este, integrando, por mais de uma década, a programação cultural gaúcha (de 2000 a 2010). 

Produziu e executou eventos pontuais como o 'Festival Dança Pelotas' durante oito anos (de 2010 a 2017) e a Mostra Coreográfica Pedagógica de Dança Negra no Museu do Doce (2019), A Mostra de Dança e Teatro de Origem Africana, por nove edições (entre 2004 e 2021, também em Pelotas). A partir daí, projetou-se internacionalmente com suas montagens, destacando-se 'A Dança dos Orixás', sucesso de público e crítica e objeto de estudo na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Desde 2019 é requisitado para produzir projetos de outros agentes culturais como Paco Gomes (método GriotLab), Cris Matallo e Jim Hamilton (B.r.U.s), além de instituições como o Teatro Guarany (Pelotas), Bibliotheca Pública Pelotense, Clube Cultural Fica Aí e, desde 2005, a parceria com o Espaço de Terapias Corporais Claudia Weingartner.

Cia. de Dança Afro Daniel Amaro

A Cia. de Dança Afro Daniel Amaro, surgiu em dezembro de 1999, após o retorno do coreógrafo a Pelotas após a sua estada em Montevidéu e Buenos Aires. De maneira inesperada e, de certa forma, coincidente, o professor de dança chega à cidade no momento em que estava sendo organizado um grande evento de cultura negra, denominado Cabobu, em que foi convidado para apresentar um trabalho. 

A partir daí, nasce a Cia. de Dança Afro Daniel Amaro, que inicialmente foi chamada de Grupo de Dança Afro, situado na Vila Castilhos, no município de Pelotas, até janeiro de 2020, tendo agora como local de suas atividades regulares o Espaço de Terapias Corporais Claudia Weingartener, Theatro Guarany, Charqueada São João e Bibliotheca Pública Pelotense (locais esses que se mesclam Patrimônio Material e Imaterial de Pelotas). 

Em sua trajetória artística, a Cia possui a montagem de nove espetáculos: Reminiscência (2000), Tambores do Corpo (2001),  Mago (2003), Homens Ifá (2004), Maria, Marias (2005), Rio de Sangue (2013), A Dança dos Orixás (2017), Fuzuê (2020) e OGUM (2022). E em comemoração aos 10 anos da Cia foi montado, em 2010, o espetáculo A Reminiscência dos Tambores do Corpo no  Mago dos Homens Ifá na Crença do Maria, Marias... Os espetáculos citados foram todos coreografados e dirigidos pelo bailarino Daniel Amaro. Salienta-se que Homens Ifá e Rio de Sangue tiveram a participação do coreógrafo Mano Amaro, e o espetáculo Maria, Marias a colaboração das coreógrafas Carol Pinto e Márcia Loureiro e o espetáculo OGUM a colaboração como coreógrafo e diretor artística Paco Gomes. 

A Cia conta ainda, com uma equipe profissional e de competência comprovada, agregando ainda mais qualidade aos espetáculos produzidos. A Cia. de Dança Afro Daniel Amaro, ao longo dos anos, apresentou-se em cidades de diferentes estados brasileiros, bem como em países do Mercosul. Já esteve em Curitiba/ PR, Itajaí e Florianópolis / SC, Rio de Janeiro/ RJ, Goiânia e Catalão/ GO, Salvador e Vale do Capão/ BA, São Paulo/SP e Brasília/DF, além das cidades gaúchas de Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Novo Hamburgo, Montenegro, Cristal, Arroio Grande, Jaguarão, Cristal, Camaquã, Caçapava do Sul, Santa Vitória do Palmar, Piratini, Campo Bom e São Lourenço do Sul. Acrescenta-se ainda, Montevideo, Canelones e Barra do Chuí, no Uruguai e Buenos Aires, na Argentina. 

Até início de 2020, considerando-se em parte realizado artisticamente, Daniel Amaro, pensando numa forma de retribuir toda a experiência adquirida no Gueto (expressão utilizada pelos moradores para se referirem à vila), esteve oferecendo a comunidade da Vila Castilhos um projeto sociocultural desenvolvido pela Cia., no intuito de despertar nas pessoas que ali vivem, uma nova perspectiva de vida através da arte. Atualmente parte dos alunos do Projeto seguem fazendo aulas de dança e participando do elenco dos espetáculos fora da Vila Castilho. 

Oficinas de Dança Afro 

A Oficina pretende divulgar a dança de matriz africana procurando articular os estudos e as reflexões no campo do corpo e da educação, da conscientização e da valorização da cultura afrodescendente. Tem-se enquanto objetivo geral: contribuir com os processos de desconstrução do preconceito étnico-racial mediante a promoção da visibilidade da cultura afrodescendente; específicos: a) privilegiar experiências corporais com a dança de matriz africana; b) promover através da educação do corpo a reflexão acerca da desconstrução do preconceito étnico-racial.

A concepção desta, do bailarino e coreógrafo Daniel Amaro, se insere na articulação dos saberes e práticas sobre o corpo sistematizados numa oficina que compreende a experimentação de variadas técnicas corporais e artísticas que remetem a ancestralidade na qual decorre um processo criativo que compreende a dança de matriz africana como estudo técnico e de pesquisa a partir de quatro linhas: a dança Afro-brasileira, dança originária de Benin, do Senegal e a dança afro contemporânea experimentando, desta maneira, suas semelhanças e diferenças. O estudo compreende a fusão das quatro técnicas, promovendo o reencontro dos participantes com seu próprio (re)conhecimento corporal, através da realização de movimentações, 

exercícios de respiração, alongamentos e sequências de movimentos específicos, bem como oportunizando espaço para criação e improvisação.

Departamento de assuntos de Carnaval

A Cia. de Dança Afro Daniel Amaro é uma empresa especializada em atividades, serviços e eventos culturais que tenham como elemento originário alguma das vertentes da cultura afro brasileira, dentre estas, o Carnaval. Através de seu Departamento para Assuntos de Carnaval oferece aulas, promove oficinas, presta consultoria e prepara, capacita, seleciona e coordena jurados para desfiles de escolas de samba, blocos e bandas carnavalescas. Está no mercado há 22 anos e conta com profissionais de vasta bagagem no ramo carnavalesco.

Fonte: BdF Paraíba

Edição: Cida Alves